sábado, 27 de junho de 2020

Vamos fazer contas .

Porque urge repor a verdade.  Fazemos aqui um exercício de memória para quem está realmente preocupado com o futuro do CDS. 

Como todos já devem ter percebido, o actual presidente do CDS não correspondeu até ao momento, aquilo que o congresso esperava dele. Não correspondeu ele, nem nenhum dos seus vice-presidentes. E já agora convinha lembrar, que saídos do congresso, só um dos então candidatos que criaram esta "geringonça" centrista, se mantém nos orgãos do partido, como vice-presidente. E fazendo rapidamente as contas, percebemos que dos 14,5% que Filipe Lobo d'Avila reuniu,  uma parte veio de Carlos Meira, pode ou não ser residual, uma parte por ventura ainda mais irrelevante, veio de Pedro Borges de Lemos, e o grosso dos votos extra, chegaram via Abel Matos Santos, com cerca de 100 votos. 

Isto prova que Francisco Rodrigues dos Santos, reuniu por desistência dos mesmos três candidatos, votos que contribuíram para os tais 31% que reunidos com os 14,5% de Filipe Lobo d'Avila conseguiu, servem para o manter no poder. 

Ou seja, nada de novo, nada que não se tenha passado anteriormente . O problema é que o CDS, precisava de um líder que se afirmasse de imediato, e o actual presidente saído do último congresso, continua a cair nas sondagens, o que nos leva a pensar que se o Congresso fosse hoje, FRS não conseguiria 31% dos votos, FLA podia não chegar aos 14% e os restantes "aspirantes" a lideres, teriam ainda menos relevância que naquela altura . 

E não, a culpa não é da pandemia, nem de vírus nenhum, deve-se ao simples facto  da agenda política do CDS, se focar em temas completamente fora do contexto e que se tornam de tal forma irrelevantes, que colocam em risco a própria sobrevivência do partido. Não sendo necessário fazer muitos comentários sobre o que foi, até hoje a actividade do CDS, todos temos noção do que tem sido e todos percebemos que tem de ser diferente. Mas a questão é, até onde este CDS quer chegar!? É que se houvesse eleições legislativas hoje, o CDS elegeria 1 deputado ficaria ao nível do que é hoje o Chega, haveria como que uma inversão de posições, e se não fizermos nada, é o que vai acontecer. 

A reflexão que temos de fazer, é sobre a forma como escolhemos os líderes do CDS, e convém já agora lembrar que, depois de um "memorável " Conselho Nacional em Óbidos, que se seguiu ao Congresso salvo erro da Batalha, e que culminou o dito CN, em eleições directas, que ditaram o regresso de Paulo Portas à liderança do partido. Eu estou a vontade, nunca fui um fervoroso, defensor de Paulo Portas, como todos sabem e por isso ninguém me poderá acusar de estar a promover o regresso de Paulo Portas, porque nem é disso que se trata, se bem que nesta altura já nem o próprio aceitaria voltar. E portanto, a falta de uma liderança forte, obriga-nos a pensar que num momento em que precisávamos de um CDS que desmontasse a actuação do Chega, temos um CDS que amorfo, anestesiado por ação de alguns avençados, que mais não fazem do que "envenenar" o que resta da direita democrática em Portugal, o Chega não representa obviamente essa direita, e o CDS não se assume como líder de uma direita democrática que continua órfã . 

Fazendo as contas, dos 46,5% que FRS reuniu em congresso, valem hoje 1,2% dos votos dos Portugueses, e portanto essa direita democrática, tenciona votar em alguém que não o CDS porque 5 meses depois, perdemos a nossa relevância, deixamos de ser uma referência à direita do PSD, caiu a tal parede à nossa direita e o quintal foi invadido. Vai sendo hora de acabar com este estado de coisas. 




A moção de estratégia global Voltar a Acreditar, de Francisco Rodrigues dos Santos, ganhou com 671 votos, 46% do total, ficando à frente da proposta de João Almeida (39%), por mais 109 votos.

Filipe Lobo d’Ávila, outro candidato à liderança do CDS, com a moção Juntos pelo Futuro, ficou em terceiro lugar com 209 votos, cerca de 14,5%. Votaram 1449 congressistas.

Congresso do CDS. Abel Matos Santos desiste a favor de Francisco Rodrigues dos Santos

25 jan, 2020 - 20:32 • Eunice Lourenço

Rodrigues dos Santos é a única pessoa "com condições para que possamos realmente ter a direita a governar Portugal", acredita Matos Santos.


Pedro Borges de Lemos também anunciou apoio a Francisco Rodrigues dos Santos. Este militante é o primeiro subscritor de uma das 12 moções de estratégia global, mas uma das sete que não tinha associada uma candidatura à liderança.
Ainda assim, anunciou que não levará a sua moção a votos porque apoia o líder da Juventude Popular (JP) que é candidato a presidente do CDS.
R.A.M.
27-06-2020 

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