terça-feira, 9 de junho de 2020

Eis o "novo" gabinete de estudos do CDS.



Quando pensamos que já vimos tudo, eis que surge mais uma comunicação do CDS, que nos deixa os cabelos em pé.

Para inicio de conversa, a fotografia escolhida parece um anuncio de uma agência funerária, o que no seguimento do comunicado, longo e cheio de "lugares comuns", encaixa muito bem... o funeral anunciado. vamos lá por partes .

1º O Gabinete de Estudos, não é novo, nem é uma invenção desta CPN, e portanto em vez de novo, deve dizer-se renovado. Passo a publicidade, porque de tanta porcaria que têm feito ... a RENOVA, teria aqui uma palavra a dizer, mais rolo, menos rolo.
Ah ...mas não quero que me acusem de brincar com as palavras.

2º "Vamos estudar, examinar, refletir e produzir pensamento político. Queremos dar aos quadros do CDS, mas também aos militantes e a quem se interessar por nós, um conhecimento ponderado, ordenado pelos códigos políticos do CDS e por uma interpretação serena e inteligente das realidades do país." A isto chama-se formatar a cabeça dos filiados, ao estilo mais Estalinista conhecido. Não é só desajustado, como me parece uma tentativa de manipulação do pensamento livre e desimpedido que sempre imperou no CDS.  Num partido que se quer de direita, é no mínimo surreal .



3º "E queremos que essa pessoa se sinta capaz de escrever uma proposta ou tomar uma decisão conhecendo as grandes linhas de orientação política e estratégica do CDS." Basicamente, querem que uma vez a cartilha redigida, toda a gente a siga em conformidade, só falta dizer que quem não a seguir é punido, e já agora convinha dizer qual é a punição. 



4º "Vamos olhar para o sistema político e também para o sistema fiscal. Vamos pensar na reforma equilibrada do sistema de justiça, que agora não é rápido nem justo, e não dá sequer, como devia dar, as mesmas condições de acesso a toda a gente."  De boas intenções está o inferno cheio. Todos sabemos que estas reformas,  só são possíveis com uma revisão Constitucional profunda, sem a qual, nenhum dos sistemas funcionará em conformidade com as necessidades dos Portugueses. É preciso coragem  e determinação, para fazer uma proposta de REVISÃO CONSTITUCIONAL, que resolva os problemas do país e sem a qual, não poderemos pensar em ter qualquer dos destes sistemas a funcionar em conformidade com as nossas necessidades. O tempo das propostas avulsas tem de acabar rapidamente . 



5º "Vamos contrariar as desigualdades territoriais, por uma questão de justiça básica " As desigualdades territoriais, não são uma questão de justiça básica, são uma consequência de 45 anos de desprezo ideológico, que muito por culpa do que nos foi imposto depois do 25 de Abril, os agentes políticos, resolveram que quem estava no interior do país, não tinha os mesmos direitos que os que resolveram ir para Lisboa ou para o litoral.  E por isso, chamar JUSTIÇA BÁSICA, a um problema estrutural, é sinal que não percebemos nada do que aconteceu ao interior do país nos últimos 45 anos. 



6º "Vamos oferecer uma visão democrática e moderna da cultura, e aproximar as nossas escolas" Isto dá uma visão das trevas, ao sistema de ensino. Parece que o sistema de educação vive numa ilha em que impera um regime totalitário e ninguém ,  no publico nem no privado tem autonomia para fazer nada, o que é manifestamente falso. Querendo dar uma visão anti-democrática do sistema de ensino, não estamos só a dar uma imagem errada do que acontece nos sistema de educação, estamos a querer seguir um caminho que não nos ajuda em nada.



7º "Vamos levantar todas as pedras, fazer todas as perguntas, conversar com quem trabalha no sistema de saúde " Não percebi se é a frase mal construída, ou se vão mesmo levar os médicos, enfermeiros e profissionais de saúde, para a construção civil, ou se é mesmo do mais filosófico e querem levar as pedras a falar com os profissionais de saúde!!? Mas os profissionais de saúde, estão fartos de dizer o que querem, o que precisam e  as dificuldades que têm diariamente, e portanto a pedrada no charco, seria mesmo o CDS ter alguém capaz de apresentar uma proposta para o serviço de saúde, que tornasse o SNS, naquilo que ele deve ser, entregasse aos privados, tudo o que nos poupar milhões na saúde. 



8º " E vamos dar toda a relevância à economia e ao mercado laboral," Uma vez mais, o mercado laboral só vai funcionar, depois de uma profunda REFORMA CONSTITUCIONAL. O mercado laboral, não é uma secção de supermercado onde vamos com um carrinho de mão comprar meia dúzia de operadores de televisão-marketing, ou um ramo de secretárias jeitosas, ou mesmo um pacote de político gourmet, o mercado laboral, é dos mais complexos do sistema, enquanto isto não for alterado profunda e definitivamente, não resolve os nossos problemas. 



"Por último: "Queremos mostrar que existe alternativa ao socialismo no governo em Portugal.

Somos:
António Galvão Lucas e Pedro Barros Ferreira (Coordenador e Secretário);
Manuel Alexandre Henriques, Luís Pedro Mateus e Sandra Strecht(Vices);
- Bernardo de Almeida, Jose Seabra Duque, Margarida Rebocho, Margarida Bentes Penedo, Paula Marinho e Tiago Leite (Vogais)." Não tenho nada a apontar a nenhum dos agora escolhidos, se foram escolhidos, tal como no anterior Gabinete de Estudos, a responsabilidade pelo seu trabalho, recai obviamente sobre quem os escolheu . Portanto qualquer tentativa de empurrar resultados futuros, para o GE, é mais uma manobra da CPN . "

R.A.M.
09-06-2020


P.S. Para evitar equívocos fica aqui o link da comunicação oficial e a transcrição na integra da mesma .
https://www.facebook.com/CDSPP/posts/3252840518107358?__tn__=K-R



"CDS PP
14 h

O novo Gabinete de Estudos nasce do compromisso para um novo rumo no CDS e de um novo enquadramento para o país e para a direita, tanto no plano político como social e cultural. O GE será o seu instrumento fundamental.
Vamos estudar, examinar, refletir e produzir pensamento político. Queremos dar aos quadros do CDS, mas também aos militantes e a quem se interessar por nós, um conhecimento ponderado, ordenado pelos códigos políticos do CDS e por uma interpretação serena e inteligente das realidades do país. Queremos que um representante nosso, tenha o papel que tiver, executivo ou de escrutínio, em qualquer órgão nacional, municipal ou de freguesia e em qualquer ponto do país, possa compreender as posições do partido para as saber interpretar, criticar e defender. E queremos que essa pessoa se sinta capaz de escrever uma proposta ou tomar uma decisão conhecendo as grandes linhas de orientação política e estratégica do CDS.
Vamos dar atenção a tudo o que possa tornar-se uma questão para o país. Vamos olhar para o sistema político e também para o sistema fiscal. Vamos pensar na reforma equilibrada do sistema de justiça, que agora não é rápido nem justo, e não dá sequer, como devia dar, as mesmas condições de acesso a toda a gente. Vamos contrariar as desigualdades territoriais, por uma questão de justiça básica e porque é por esse caminho que as sociedades se adaptam às novas maneiras de viver e trabalhar. Vamos oferecer uma visão democrática e moderna da cultura, e aproximar as nossas escolas, universidades e professores a uma educação de excelência, nos sistemas público e privado, disponível para todos os alunos. Vamos levantar todas as pedras, fazer todas as perguntas, conversar com quem trabalha no sistema de saúde e com quem tem de recorrer a ele, para melhorar o serviço público e o tornar adequado às doenças, aos meios de diagnóstico, aos tratamentos mais recentes e aos protocolos mais experientes, à evolução da pirâmide etária e à natureza demográfica da nossa sociedade. E vamos dar toda a relevância à economia e ao mercado laboral, porque o país está empobrecido e precisa de um grande empurrão para produzir riqueza.
É com muito orgulho e convicção que nos apresentamos ao trabalho, honrados com a confiança da Direção Nacional e determinados a ajudar o CDS a reerguer-se.
Temos tendências de pensamento diferente, porque sabemos que cada uma dá respostas certas consoante o assunto, e porque acreditamos na riqueza da diversidade. Estamos confortavelmente à direita, democrática e contemporânea. 
Queremos mostrar que existe alternativa ao socialismo no governo em Portugal.
Somos:
António Galvão Lucas e Pedro Barros Ferreira (Coordenador e Secretário);
Manuel Alexandre Henriques, Luís Pedro Mateus e Sandra Strecht(Vices);
- Bernardo de Almeida, Jose Seabra Duque, Margarida Rebocho, Margarida Bentes Penedo, Paula Marinho e Tiago Leite (Vogais).
Mas estamos convencidos que a equipa vai crescer, por querermos ouvir quem sabe e quem está na disposição de trabalhar connosco.
Muito em breve lançaremos plataformas de comunicação (internas e externas, físicas e digitais) onde vamos partilhando o resultado dos nossos trabalhos. Contamos com a contribuição de quem tiver vontade e se reconhecer no nosso espírito e princípios.
Queremos que contem connosco e que voltem a acreditar.
Pelo CDS-PP e por Portugal!
Lisboa, 8 de Junho de 2020
Gabinete de Estudos do CDS-PP


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