domingo, 30 de janeiro de 2022

Rescaldo da noite eleitoral

 



Por muito que nos custe, temos de admitir, Chicão e as chicletes fizeram um excelente trabalho. 

Há dois anos atrás, neste mesmo espaço eu avisei para o perigo de ter um inexperiente nestas andanças que vinha do CDS do pequeninos, com a mania que tinha aparecido na capa de uma revista como... um dos jovens mais influentes da sua geração. Não se há memória de tanta demagogia junta, mas a verdade é que eu disse na altura, e repeti varias vezes que a única intenção desta direção do CDS, era destruir o partido. Todos fizeram orelhas moucas , acharam que eu só queria prejudicar o rapaz e a sua direção, passei a ignorar muito do que ele dizia e fazia, chegando mesmo durante a campanha longa para as autárquicas, e fazer um voto de silencio para não perturbar o processo, e e depois envolvi-me a sério na campanha, para ajudar uma Amiga. Ainda que sem aprovação nenhuma da direção do CDS e do seu excelso presidente. 

Porém, os últimos dois anos, foram terríveis a vários níveis, e o CDS ficou entregue a um grupo de mal feitores, que desde o inicio tiveram como objectivo destruir o que restava do CDDS, uns por mero interesse particular, outros mero desejo de vingança de um passado do qual não nos podemos orgulhar. Passado esse que pesa hoje mais, do que em qualquer outra circunstância, passado esse que mostra hoje a quem se lembra de por exemplo o Conselho Nacional de Óbidos, de muita má memória mas do qual não nos devemos esquecer por varias razões, primeiro porque foi um marco que nos levou ao governo pela segunda vez, mas acima de tudo porque os estatutos do partido foram cumpridos ao pormenor e sobre os quais muita gente ainda não percebeu, que são para cumprir mesmo nas piores circunstâncias. 

Quando por várias vezes, nos últimos 2 anos, chamei a atenção para tal facto, ou para o facto de os estatutos estarem a ser atropelados vezes sem conta, chegando ao ponto de um Conselho Nacional de Jurisdição se demitir em bloco, para não pactuar com as ilegalidades que foram sendo somadas ao dia a dia do CDS, e com a qual esta direção e os seus correligionários parece terem vivido bem até hoje.

Hoje já li declarações de todo o tipo, já ouvi declarações de todo o feitio, mas não vi nem ouvi, o mentor deste descalabro dizer o que quer que fosse, ficava bem ao Dr. Ribeiro e Castro e sua "tasck force", virem a publico pedir desculpa aos filiados do CDS, que andaram na rua, ao frio, ao calor, de noite , de dia quando era preciso. Os mentores deste descalabro eleitoral, não só devem vir pedir desculpas pelo que fizeram ao partido, como devem sair pelo seu próprio pé, enquanto não aparece alguém a propor a sua expulsão por terem lesado o partido de forma irremediável.

Quando era suposto, recuperar eleitorado a opção por uma campanha estúpida e sem conteúdo, ajudou ao enterro do partido. O erro crasso de atacar a nossa direita em vez de atacarmos a esquerda, em vez de falarmos para o povo, falamos para outros que à nossa direita fizeram uma campanha diferente, pela positiva, voltada para fora, ligada as pessoas, pegaram nas nossas bandeiras e abanaram-nas com todas as forças, e o resultado é este. Perdemos mais de 180 mil votos, quando era suposto ganharmos o que tínhamos perdido em 2019.

Agora quem quiser ou quem tiver que pegar no partido, que o faça com o coração, que o faça de forma a não se importar com o que possam dizer cá fora, que não ligue a quem nos possa criticar por continuarmos a acreditar, que não se recuse a assumir a Democracia Cristã como um pilar da nossa democracia, da democracia que defendemos durante 47 anos. É em nome desses 47 anos de história, que hoje, como aconteceu no passado, vos digo mais uma vez, o CDS contará comigo sempre que os seus responsáveis assim o entenderem. 

Um abraço 

R.A.M. 

30 de janeiro de 2022.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

A visita de Chicão ao laranjal, e um jornalista local,... oportunamente disponível !!





 A notícia abaixo, passaria despercebida se não fosse escrita de forma enviesada como de resto é apanágio deste senhor jornalista. Porém, a forma como foi recebida por mim em particular, colocando o último deputado do distrito pelo CDS, a fazer de "bruxo", vaticinando o descalabro eleitoral, leva-me por respeito ao seu bom nome, a fazer algumas considerações, sobre o estado a que chegamos. 

Obviamente a noticia só saiu, porque e passo a citar as declarações infelizes do senhor Dr. Moutinho, “Diria que se perspetiva a possibilidade de o CDS não ter representação parlamentar, embota tenha a esperança que nestes dias que faltam ainda se consiga reverter a situação e conseguir eleger um ou dois deputados”, surgem no momento em que a memória de uns e de outros, é encadeada pelo brilho da passagem do presidente do partido, que lá do alto da sua sabedoria, escolheu um cabeça de lista por Bragança ... que mais ninguém viu, e do qual muito pouco sabemos, a não ser que é um dos filhos do Sr. Eng. Camilo de Mendonça. Como vem sendo apanágio nos últimos tempos para o CDS, ser filho de alguém é requisito bastante para .... ter um cargo no partido. Os que trabalharam desde sempre a favor do partido, são preteridos a favor desses.

Depois ... é Chicão a ser Chicão de novo. Tem a possibilidade de deixar que as Comissões políticas distritais, exerçam os seus direitos, de escolherem os cabeças de lista, mas resolve que é ele a fazer a escolha e por isso, a responsabilidade pelo resultado não pode ser atribuída a mais ninguém, se não ao próprio presidente do CDS. Portanto, vir nesta altura, falar em mudar de sistema porque lhe convém, é só oportunismo politico de uma situação que ele próprio criou, para mais tarde se isto correr muito mal, vir dizer que a culpa é do sistema. 

No caso particular do distrito em questão, conhecido como o " O laranjal do senhor do carrinho de mão", a situação poderia ter tido outro desfecho, mas sobre as escolhas de uns e de outros falaremos depois das eleições... ou então não !! 

CHICÃO DIZ QUE ANTÓNIO COSTA "CHEIRA A MEDINA" E AVISA QUE BLOCO CENTRAL "É UM PERIGO" PARA O PAÍS
Francisco Rodrigues dos Santos disse, esta tarde, em Mirandela, que defende uma reforma do sistema político para que o interior possa ter maior representatividade na Assembleia da República. Chicão também deixou bem claro que não quer a regionalização, preferindo uma administração de proximidade.
Na chegada a Mirandela, Chicão tinha à sua espera dezenas de apoiantes, entre eles o último deputado eleito pelo partido no círculo eleitoral de Bragança, em 1984. Volvidos 38 anos, Hernâni Moutinho diz que será uma tarefa quase impossível o CDS conseguir um novo deputado, num distrito que só elege três. “Não me orgulho nada de ter sido o último deputado eleito no distrito, tenho pena que seja assim e as perspetivas nesta campanha são as mesmas de não termos nenhum deputado.”
E numa análise ao que pode acontecer no país, Hernâni Moutinho também não parece nada otimista. “Diria que se perspetiva a possibilidade de o CDS não ter representação parlamentar, embota tenha a esperança que nestes dias que faltam ainda se consiga reverter a situação e conseguir eleger um ou dois deputados”, conclui.
Francisco Rodrigues dos Santos admite que será difícil eleger António Mendonça, o cabeça de lista por Bragança, mas prefere contra atacar com uma proposta concreta para mudar o sistema político a bem do interior. “Passa por um sistema misto, com círculos plurinominais e uninominais em que as escolhas são feitas pelos eleitores para indicar o deputado que querem ver na Assembleia da República e redefinir os círculos eleitorais para dar maior peso e representatividade ao interior para que tenham voz em Lisboa”
Chicão reafirma que não defende a regionalização, mas antes uma administração de proximidade. “A regionalização multiplica o que é mau e divide o que é bom, pelo que pretendemos uma administração de proximidade que descentralize serviços públicos do Estado em delegações distritais para dar qualidade de vida a quem aqui vive".
Na arruada pela rua pedonal da cidade, numa loja de produtos regionais, o comerciante até dá um conselho ao líder do CDS: “Vai-se juntar ao PSD, ao PAN, à Iniciativa Liberal e fazem uma geringonça do lado direito e só assim é que lá vão”. Ao que Chicão respondeu; “Mas o PAN quer acabar com isto tudo, não nos podemos coligar com eles”.
A propósito de alianças, Francisco Rodrigues dos Santos avisou para os perigos que podem advir de um bloco central. “Ao longo da nossa história, o bloco central de interesses tem divido o Estado pelas clientelas, pelos amigos, pelas estruturas de poder, pelo nepotismo e é completamente avesso às reformas de que o país precisa”, disse.
RO líder do CDS reafirmou que o seu partido “é a solução para uma maioria de direita no próximo Governo”, até porque acredita que a António Costa vai acontecer o mesmo que a Medina nas autárquicas em Lisboa. “No nosso país, neste momento cheira a final de ciclo, António Costa cheira a Fernando Medina, cheira a uma derrota do partido socialista no país e recordo os portugueses quem foram os países que se entenderam em Lisboa para tirar a cidade do socialismo e a devolver aos lisboetas. Foi o PSD e o CDS”, concluiu.
De Mirandela, Francisco Rodrigues dos Santos seguiu ao encontro de apoiantes em Viseu.
Artigo escrito por Fernando Pires (jornalista)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Não é pedido, é um apelo.


 Quando no ultimo directo, fiz um apelo aos interessados nestas eleições, leia-se ... cabeças de lista e não só, não contava que a situação fosse mais complicada do que poderia parecer a primeira vista, mas dias passados e centenas de horas de campanha depois, não vejo do lado do CDS, o movimento, a animação, o empenho e a dedicação que podemos ver noutras campanhas. 

Claro que o culpado tem um nome, e não... descansem, não é o Chicão, ou não é só o Chicão... desculpem... o Dr. Chicão, porque ele não gosta que lhe chamem ...Chicão. Talvez.... D. Chicão do Largo do Caldas lhe ...assente melhor, ou não... Se calhar preferia D. Chicão de Mafra ou da praia da Ericeira, D. Chicão de Mafra, senhor conde da Ericeira. Pomposo e cheio de ... ,..., como manda a tradição. mas falemos dos culpados, depois das eleições. 

Como diz uma querida amiga, que eu muito estimo, os presidentes do CDS vão embora um dia, até Paulo Portas percebeu isso, mas o partido fica, e no caso é preciso começarmos a pensar que parte do CDS é que fica, porque, mesmo depois de tudo isto ter um fim, ou seja... dos barões e dos baronetes, do Chicão das chicletes, abandonarem o barco, enquanto outros ( quais ratos de porão), escapam pela tangente enquanto é tempo, mesmo antes do barco ir ao fundo, há um património que não morre, nem se afunda com eles. 

É em nome desse património, que no fundo somos todos nós, que faço um novo apelo, não só a quem tem responsabilidades, não só a quem está nas listas, mas sobretudo aqueles que como eu são parte desse património que ficará com o partido, seja qual for o seu destino no pós eleições. Portuguesas e Portugueses que acreditaram sempre, que o CDS merece a sua confiança, é no CDS que têm depositado o capital de esperança, que durante os últimos 45 anos deu os frutos, que nos fazem acreditar que apesar de tudo, de tentarem acabar com o partido, de várias formas e algumas delas, devo dizer-vos eficazes, porque como é fácil perceber, não chegamos a este estado porque assim o desejamos, mas porque foi a isto que nos obrigaram nos últimos 2 anos. Ouvimos há dias, o senhor barão de Óbidos, dizer que havia um plano para acabar com o CDS... fiquei para morrer, visto que o senhor barão é parte do mesmo plano. E portanto, não percebi se estava a tentar desculpar-se, ou  a fazer dos outros parvos, como é seu apanágio. 

Esta é uma das razões para a campanha estar neste ponto... mais morta que marisco Boliviano. Mas, uma vez mais o meu apelo é para todos, quem está e quem não está nas listas, quem gosta e quem ... não gosta do Dr. Chicão, para quem concorda ou não concorda com ele ou com o sua excelência o senhor Barão, Todos seremos pouco, numa campanha em que é importante estarmos na rua, mostrarmos que estamos vivos, que não esquecemos quem confiou em nós durante as últimas 4 décadas. Esse é o nosso maior património, as pessoas, sem as quais não há votos, não há partido, não democracia. 

Disse mais que uma e repito, independente de concordar ou não com linha da CPN, o partido estará sempre primeiro. 

R.A.M.