quarta-feira, 22 de novembro de 2023

A democracia do Post Scriptum (P.S.)


 A democracia do Post Scriptum (P.S.)

 

É verdade, muitas vezes ouvi dizer isto... “ah... esse gajo não percebe nada disto”. Confesso que nunca dei importância nenhuma ao assunto, e de facto, olhando para trás e contextualizando a frase em várias ocasiões diferentes, se calhar é verdade.

 

Eu sempre pensei que P.S. (partido socialista) significava democracia, independência, soberania, valores consagrados na Constituição da República Portuguesa, como a saúde para todos, a educação gratuita para todos, a segurança eficaz e equitativamente distribuída... E agora, 50 anos depois, olhamos para o P.S. e em vez de Partido Socialista, eu leio ... Post Sriptum. 

 

Uma regra tantas vezes usada quando chegávamos ao fim de uma extensa missiva e percebíamos que faltou a determinada altura, mencionar um facto de alguma importância e então fazíamos uma nota no final da folha com P.S. 

 

Foi exatamente isto em que o P.S. se tornou 50 anos depois. Vejamos:

 

- O Estado Português é um Estado de direito.

P.S. Se os socialistas não governarem.

 

-O Estado Português cumpre escrupulosamente a C.R.P.

P.S. Só enquanto os socialistas não governam.

 

-O governo do Estado Português, não se imiscui com os órgãos de Justiça Nacionais.

P.S. Enquanto dirigentes socialistas não se envolvem em negócios escuros.


- O Estado Português garante o acesso à saúde a todos os cidadãos Nacionais indiscriminadamente, por princípio gratuito e de fácil acesso.

P.S. Os socialistas divertem-se a fechar urgências e a trocar serviço publico por serviço privado onde muitas vezes não há condições para fazerem determinados procedimentos médicos por manifesta falta de meios. 

 

É assim, e quase 50 anos depois da revolução encravada nas trincheiras da democracia, o país mergulha numa espiral de corrupção institucionalizada pelos governantes que foram passando por S. Bento, mas nunca como agora, depois de uma rusga policial ao gabinete do primeiro-ministro, podemos perceber que o Post Sriptum da nossa democracia estava tão desgraçado como afinal parecia. 

 

 Rui Alexandre Moreira.




P.S. Isto não acaba aqui...