segunda-feira, 6 de maio de 2024

Sobre as portagens no interior do país. E não só...


 Sobre as portagens no interior do país. E não só...

 

Ao longo dos últimos 50 anos, fomos sendo “comidos” de cebolada com a pregoada democracia de pacotilha. 

A democracia de pacotilha, inventou à boleia dos milhões que vinham de Bruxelas para construir estradas ou autoestradas paralelas umas as outras, esquecendo-se que havia sempre uma parte da obra que tinha de ser paga pelos contribuintes. A forma que os governos da nação encontraram para entrar nos bolsos dos portugueses, e pagarem a parte que lhe é atribuída nessas obras, foi a introdução de portagens onde não era suposto existirem 

Essas estradas paralelas umas as outras, tiveram de ser compensadas por outras, igualmente financiadas pela comunidade europeia com a tal componente Nacional, que se esqueceram de explicar aos portugueses, que tinham de ser pagas, e então chamaram-lhes SCUT, sigla de SEM CUSTOS para o UTILIZADOR. Que obviamente não passa de uma falácia. Rapidamente percebemos que estas estradas sairiam mais caras, não só porque era necessário pagar a dita cuja componente Nacional, mas também a sua manutenção, e por isso começaram a nascer concessionários de autoestradas.  

Os concessionários das autoestradas, funcionam ao contrário dos concessionários de outra coisa qualquer, recebem primeiro em forma de portagens e depois pagam ao Estado o valor concessionado, não por culpa deles, mas por culpa do negócio que fizeram com o próprio Estado.

Nos EUA os concessionários das estradas, são exatamente isso, concessionários, o que significa que a manutenção das estradas é da sua responsabilidade, os concessionários pagam para terem o nome deles na placa da entrada da alpestradas e esse valor é usado para manter as estradas. É a economia local a funcionar. Em Portugal, temos uma placa com a bandeira Nacional em cada autoestrada e, portanto, somos todos chamados a pagar. 

As portagens passaram assim a fazer parte de uma vasta lista de impostos que pagamos arduamente. 

O mais ridículo é que os automóveis em Portugal, pagam 40% mais impostos que em qualquer outro estado na Europa, desde o IA, que é taxado a cabeça, ao Imposto de circulação que é anual, até ao IVA, que ilegalmente recai sobre os dois anteriores, ora a função do IA e do próprio IC, são exatamente para manter as estradas e outras vias de comunicação em perfeitas condições de utilização, da mesma forma que o IMI deveria ser usado, na manutenção dos arruamentos, na recolha dos lixos e na distribuição da agua as populações, e por isso, quando um Estado de direito, gasta mais num setor do que a receita esse mesmo setor gera, atira a conta para o desgraçado do contribuinte que mais não pode fazer, se não pagar.

As autoestradas portuguesas, estão todas pagas há muito tempo, cabe ao Estado Português, gerar verbas via impostos para que a manutenção das mesmas, seja garantida. Gerar verbas não significa gerar portagens, significa otimizar os meios existentes, os impostos que todos pagamos e que servem ou deviam servir para isso mesmo. Para não pagarmos portagens. 

O exemplo da Ponte Salazar, construída há mais de 50 anos, curiosamente dentro dos prazos e sem derrapagens orçamentais, é o mais flagrante de todos, nessa altura não havia um concessionário privado, que todos os anos atualiza as tarifas como se anualmente tivesse de contruir uma ponte nova. Sim, os valores cobrados anualmente neste caso concreto, revertem a favor dos operadores privados e não do Estado que cobra o valor da concessão. 

Por isso, talvez fosse uma boa ideia nacionalizar todos os concessionários privados das autoestradas, estudar o assunto a fundo, racionalizar os meios e agir de acordo com os fins. Sim, o estado passaria a ter controle sobre as tarifas praticadas pelas operadoras, que mais não fazem do que cobrar portagens e embolsar milhões diariamente, esses milhões vêm dos bolsos dos contribuintes que todos os dias são obrigados a pagar sem saberem que a única coisa em que são beneficiados, é em poderem utilizar uma via de comunicação que já pagaram faz anos, ou décadas. 

Tudo isto para percebermos, como em 50 anos passamos de uma ditadura dita de direita, para uma ditadura selvagem sem direita nem esquerda, mas que protege os que diariamente entram nos bolsos dos portugueses pela via verde. 

 Rui Alexandre Moreira. 

segunda-feira, 11 de março de 2024

O rescaldo


 O rescaldo.

Este é o rescaldo de uma noite sem vencedores. Sendo que todos cantam vitória menos o PS, porque sabe que não pode fazer muito barulho sob pena de ser chamado a formar governo, nas condições miseráveis em que deixaram o país.

E por isso, estrategicamente assumem a derrota. Já todos conhecemos as manobras de bastidores dos socialistas e não me espantaria que o senhor Presidente, com a aptidão que tem para ... geringonças, convidasse o Partido Socialista a formar governo, já que segundo a última contagem, tem mais um deputado que a AD. 

Por seu lado, a própria AD, não canta vitoria porque perdeu vergonhosamente, quando tinha tudo para ganhar folgadamente. Os erros estratégicos da campanha desgraçadinha que fizeram, custaram a fuga de votos em todas as direções. O único partido que cumpriu os objetivos, foi queiramos ou não, o CDS que recupera o seu grupo parlamentar, portanto, não sendo um resultado estrondoso e não deixando Nuno Melo numa situação confortável, não deixa de ser um resultado aceitável. 

Aqueles que cantam vitoria, como o Chega, podem fazer o espetáculo que quiserem, podem ser tidos como os vencedores da noite, mas falharam no principal objetivo, que era segundo os próprios, e com a reação que tiveram ontem, ganhar as eleições, falharam também, e não só falharam como ficaram muito longe dos dois primeiros, cerca de 10 pontos de diferença. E, portanto, eu também acho que devem repetir as eleições. 

Outra razão obvia para repetir as eleições, é o simples facto de altas instâncias do país serem diretamente responsáveis pelo resultado, ao permitirem que se gerasse a confusão nos boletins de voto, que em alguns círculos, colocava a AD e o ADN, um a seguir ao outro, provocando assim desta forma deliberada, a fuga de mais de 100.000 votos para um movimento que nas últimas eleições teve 10 000. Estes votos fariam toda a diferença, porque podiam eleger pelo menos 2 deputados. A CNE deve explicar bem como os tribunais que aceitaram que tal fosse possível, como é que permitem que aconteça num estado de direito, tal ingerência na vontade de um povo que vai votar, mas não está devidamente informado sobre a composição dos boletins de voto.  Por outro lado, a própria AD, deve explicar porque é que nada fez para impedir que isto acontecesse, ou se fez alguma coisa para que isto não acontecesse ou simplesmente esperou que passassem as eleições sem que se percebesse que isto tinha acontecido, o que revela uma falta de profissionalismo atroz. 

 

Por isso, ninguém ganhou ontem, mas a pergunta mantém-se.

Estando o país ingovernável, não seria prudente o senhor Presidente da República, aligeirar o processo de audição dos partidos, em vez nos deixar a agonizar até depois do dia 20? Falta caducar algum prazo!?

 

Rui Alexandre Moreira. 

 

 

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Já não há vergonha nenhuma.









 Já não há vergonha nenhuma!!?


No CDS temos gente com muita idade, temos gente nova e temos gente que apesar da idade sabe o que faz e o que diz.

Durante muitos anos, vimos gente dessa sair do CDS porque discordava deste ou daquele dirigente, fi-lo eu próprio uma vez mais por razões profissionais que de outra ordem qualquer, se alguém está no partido e muitas vezes reclama de certas posições como todos sabem, sou eu que ao longo de todos estes anos o tenho feito sempre com o mesmo decoro de não insultar ninguém. 

O Drº José Mário Mesquita, hoje insultou todos os Democratas Cristãos, que andaram tal como ele, uma vida inteira a defender o CDS, e hoje têm de levar com a falta de sensibilidade e de timing, ao manifestar publicamente o seu apoio ao líder do Chega, que como oportunistas que são e com a habilidade que todos já reconhecemos, aproveitou obviamente para recrutar na hora aquele que se diz o último baluarte do partido vivo no distrito de Bragança. 

Além de ser uma mentira descarada, há no distrito de Bragança, muitos e bons Democrata Cristãos, dos tais que toda a vida defenderam o partido e não se lembram do Drº Mesquita. Para não nomear ninguém, quem conhece o distrito de Bragança como eu, sabe muito bem quem são e onde estão, podendo mesmo garantir que muitos deles estão a sentir o mesmo que neste momento. 

O meu apelo aos responsáveis da Comissão Política Nacional, é que hoje mesmo, seja enviado o termo de desfiliação ao Drº Mesquita, uma vez que como está claro na notícia, ele prefere o Chega.  Já agora, aproveitam e enviam os mesmos termos de desfiliação para os filiados de Vila Real que estiveram no jantar organizado pela distrital do Chega na cidade de Vila Real. 

O CDS não precisa de filiados que se revêm num arruaceiro qualquer, que unicamente se aproveita de filiados descontentes por uma razão ou outra, ou por falta de tachos se quiserem. 


terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Outra vez a AD





 Outra vez a AD.

 

Quando há semanas, me pronunciei sobre os destinos da nova Aliança Democrática, nada fazia prever que o CDS se deixasse enganar mais uma vez, ou voltasse a ser humilhado de forma indecorosa como está a ser neste momento. 

O CDS elegeu sempre ou quase sempre um deputado em Aveiro, neste cenário com esta configuração, o CDS não elege em Aveiro.

Em Beja o CDS cresceu e agora volta a desprezar o trabalho feito durante anos, sem ninguém em lugar elegível.

Tradicionalmente, o CDS elegia um deputado por Braga, com esta coligação, essa possibilidade está totalmente afastada, o primeiro nome do CDS nesse ciclo aparece em 11º lugar nas listas.

Em Bragança, depois de em 2019, ficar a 4 décimas de eleger um deputado, desgraçaram tudo por causa do PSD e agora, quando tem a possibilidade de voltar a crescer num distrito complicado como este, volta a entregar o ouro ao bandido.

Castelo Branco é um caso de estudo, porque sempre teve uma posição forte dentro do próprio CDS e hoje é a desgraça que se vê à vista desarmada. 

No distrito de Coimbra, o CDS não apresenta um nome que se sobreponha aos apresentados pelo PSD, o que é de estranhar.

Em Évora, curiosamente ou não, o CDS aparece em 3º, ou seja, num distrito onde não é suposto eleger ninguém, a coligação dá o terceiro lugar ao CDS. É para agradecermos!?

Para o ciclo de Faro, o CDS aparece em 7º de 9, o que revela mais uma vez, a boa vontade dos parceiros de coligação.

No distrito da Guarda, O CDS aparece com o primeiro suplente...e assim vamos indo!!

Para Leiria em 10, o CDS é oitavo na lista.

Em Lisboa, o CDS aparece vergonhosamente em 4º, repito vergonhosamente, porque não temos força para mais. O segundo elemento do CDS, vem em 16º... 

Pela Madeira, em 6 voltamos a ser 5ºs, não é tão bom ... 

Em Portalegre voltamos a ser suplentes em 1º.

No Porto, somos n.2 sim, mas o segundo do CDS aparece em 16º.

Para Santarém, em 9, aparecemos de novo em 7º.

Em Setúbal, aparecemos de novo em 7º mas é em 16 nomes, já não é tão mau...

Viana do Castelo, em 6, deixaram-nos o 4º lugar.

Em Vila Real de 5 somos outra vez o 4º lugar.

Para o ciclo de Viseu, em 8 lugares voltamos a 7º.

Como se isto não bastasse, o senhor presidente do partido resolveu com a excelsa direção a que preside, chamar a si, o preenchimento dos lugares que normalmente seriam escolhidos pelas estruturas locais e distritais, e posteriormente levados a Conselho Nacional e aprovados ou não.  Entendo que, neste contexto a direção e o presidente do partido, até para salvaguardarem a sua própria posição, deviam seguir as normas estatutárias e delegar em cada uma das estruturas distritais a eleição dos nomes para a AR, como de resto se fazia no tempo do CDS. 

Não sendo assim, a Democracia Cristã Portuguesa, corre o risco de simplesmente desaparecer, uma vez que a representação do partido na AR é mais uma vez colocada em causa por decisões unilaterais, que só prejudicam os Portugueses e acima de tudo, os Portugueses que durante décadas acreditaram no CDS.