segunda-feira, 29 de julho de 2019

Para quem ainda não percebeu ...



Para quem ainda não percebeu!!

Se para alguns é estranho que o CDS opte por ter uma Presidente contra a corrente fundadora do partido, para outros como eu, não é de todo estranho. E vivo muito bem com isso, ao contrário de outros.

Assunção Cristas tem porventura em mãos, uma missão complexa que abraçou de corpo e alma, porque acreditou no projeto de crescimento para o CDS, que ela própria desenhou na sua cabeça e foi apresentado no congresso de Março de 2016 parcialmente.

Quando em 2007, foram introduzidas a correntes de opinião nos estatutos do CDS, por iniciativa do Dr. Paulo Portas, no “exilio” temporário a que se remeteu com toda a legitimidade depois de anos ao serviço do país, eu votei contra em sede de Conselho Nacional, por considerar que não fazia qualquer sentido estar a dividir o partido, em células micro partidárias, que poderiam criar fraturas graves na coesão do CDS. Essa coesão só coloca em causa, porque os responsáveis pelas ditas correntes de opinião, não são responsáveis, antes pelo contrário, são irresponsáveis. E são irresponsáveis ao ponto de trazerem a publico as suas diferenças de opinião, da forma mais descuidada, menos rigorosa se quiserem. 

Uma das correntes, na semana que agora acaba, desferiu mais um ataque desnecessário à direção do CDS, ainda por causa das listas de candidatos a deputados. Essas listas como todos sabemos, foram sempre no passado, como no presente e por 
ventura no futuro, fonte de discórdia entre que escolhe e quem não é escolhido, mas gostava de ter sido. A ultima coisa que um candidato a deputado, escolhido pelas bases ou pela Presidente do CDS precisa, é de ver instalada à sua volta uma onda de indignação, por esta ou aquela razão, porque nasceram nos locais onde são cabeças de listas ou não, porque o presidente da concelhia, não é do mesmo clube, ou porque o chá que deviam ter tomado em pequenos, não saiu da saqueta, e devo dizer que a falta de chá, de alguns elementos que vagueiam por aí, incomoda porque não sabem que o ruido que tanto gostam de fazer, prejudica de sobremaneira a estabilidade do partido. Nem a TEM, nem o CDS XXI têm qualquer legitimidade, para escolher candidatos, definir a linha programática do partido, nomear ou sequer escolher, representantes do CDS, mas têm a obrigação estatutária de promover, a união e estabilidade do partido ao abrigo do artigo VI dos estatutos do CDS. 

Desde o primeiro dia, que apoio Assunção Cristas, porque acredito que está no caminho certo, e não me venham agora dizer que o resultado das Europeias foi uma desgraça, já falamos sobre isso e não foi de todo, e não me venham dizer por antecipação que o resultado nas legislativas  condiciona, o mandato da Presidente do CDS, só assim será se quisermos, se cada um de nós resolver, criticar a Assunção Cristas por causa do que ela diz, das suas opiniões ou das suas opções. Eu também não concordo com tudo o que ela diz, e não venho a publico queixar-me de “delito de opinião”, só porque duas cabeças diferentes não pensam da mesma forma. O CDS precisa de crescer, e para crescer tem de abrir os portões da tolerância, não quer dizer que aceitamos as diferenças que nos separam da esquerda, mas que com o mesmo sentido de responsabilidade, que defendemos a democracia Cristã, e um bom Cristão entende perfeitamente, o que são as diferenças que nos separam de outros, mas sim que aceitamos que essas diferenças existam mesmo dentro do CDS. Enquanto não percebermos que essas diferenças têm e devem ser aceites, dentro do partido, enquanto não formos suficientemente crescidos para aceitar, que há Democrata Cristãos que não pensam como nós, não têm as mesmas preferências, que pensam vivem a sua vida que só a eles diz respeito, da forma que acham mais conveniente para eles, como nós vivemos a nossa... enquanto, não metermos na cabeça, que o CDS é o partido de todos e para todos, não crescemos, não crescemos e corremos o risco de perder eleitorado e é por isso, que Assunção Cristas pode mudar, de penteado, pode mudar de maquilhagem, deve mudar de guarda roupa, mas nunca deve mudar de estilo, nem de forma de estar na política, não pode, nem deve baixar a guarda muito menos numa altura destas. 

A forma como Assunção faz política, mostrou a muita gente a coragem, a determinação, a frontalidade e a firmeza que uma líder partidária deve ter, mudar essa forma de estar no fim de uma legislatura marcada por essa diferença, não me parece a estratégia correta, mas a opção por mudar de estilo é culpa de uma D. Mariana  qualquer, a questão é que a D. Mariana, não é o CDS, não representa o CDS e nem sequer sabemos se é filiada no CDS, portanto a opinião da D. Mariana  é apenas e só uma opinião, mudar de estratégia por causa de uma e apenas uma opinião, não me parece razoável. Se queremos um CDS coeso, comecemos por aqui, coesão na forma de estarmos na política, na forma de nos envolvermos com o povo, na forma de estamos onde é preciso estar, na forma como olhamos para fora do partido, não por causa da D. Mariana, mas porque há a D. Francisca, a D. Isaura, a D. Isabel, a D. Maria , o Sr. Francisco, o Sr. Manuel, o Sr. José ... todos os outros, que não concordam com a D. Mariana, como eu e muitos de nós, que queremos a Presidente do partido, a ser Presidente do partido, que queremos Assunção Cristas, a ser a Assunção Cristas, que foi ao Prós e Contras, e convenceu Paulo Portas e a mim, e eu não sou politicamente fácil de convencer. É com esta Assunção que queremos contar, até às eleições, é com esta Assunção que queremos contar no dia 7 de Outubro, seja qual for o resultado das eleições, é com esta Assunção que queremos contar em Março, no próximo congresso do CDS, para reforçar a sua liderança, é com esta Assunção que queremos fazer o CDS maior e mais forte .

 R.A.M.

domingo, 21 de julho de 2019

Não ... não me esqueci do aniversário do CDS .






Agora que já toda a gente deu os parabéns ao CDS , é minha vez .
Mas não vou dar os parabéns ao partido, porque passou mais um ano da sua existência, apesar de alguns o terem declarado morto e enterrado, mais que uma vez.

A prova de que o CDS está vivo, é a tentativa desenfreada de vários sectores da nossa sociedade desejarem, que o CDS esteja morta. Incomodamos... e continuamos a incomodar muita gente, que sabe que o CDS não se resume ao que escrevem os jornais, ao que dizem as sondagens, ou simplesmente ao que muitos, tentam fazer passar para o exterior .

Durante estes 45 anos, e é por isso que devemos  dar os parabéns ao CDS, fomos parte do Governo no II Governo Constitucional de má memória com o PS, com o país sob resgate e portanto em condições muito complicadas, mas das quais já ninguém quer falar, a única vez que a coligação "funcionou" com o partido de Mario Soares na altura, as razões porque funcionou com Mario Soares e Freitas do Amaral, são obvias mas sobre isso falaremos noutra altura, mais tarde no VI e VII Governos Constitucionais, desta na Aliança Democrática, quando muitos de nós começamos a despertar para a política, e mais tarde, 9 legislaturas depois, de novo com o PSD no XV e XVI, Governos Constitucionais, primeiro Paulo Portas com Durão Barroso, depois Paulo Portas com Pedro Santana Lopes, e no XIX e XX Governos Constitucionais, o ultimo todos sabemos que tomou posse mas não durou muito. Tendo resultado na saída de Paulo Portas, não por ter perdido as eleições que não perdemos, mas porque fomos prejudicados pela coligação de então. O CDS tinha 24 deputados em 2011 e ficou com 18 em 2015. E aqui tenho que pela segunda vez, fazer aquilo que fiz, quando Paulo Portas se demitiu no Verão de 2013, eu devo ter sido por ventura, dos poucos que lhe deram os parabéns por ser portado como um Homem, e ter colocado o País à frente dos seus interesses pessoais ou dos interesses do partido, agora faço-o novamente com o mesmo sentimento de gratidão que o fiz naquela altura, Paulo Portas soube ler os resultados de ir a eleições com aquela coligação que não serviu para nada, pelas razões que todos sabemos .

É por temos esta história feita de Homens, como Paulo Portas, e de Mulheres como Assunção Cristas, que percebeu felizmente, porque é que não podia ir em Coligação com o PSD e muito menos com o PS, a eleições que já percebemos vão ser complicadas, que devemos dar os parabéns ao CDS. Por ter os deputados ao serviço da Nação, que são os que mais trabalham, os que mais têm feito, os que mais propostas apresentam, os estão mais perto das pessoas, os que vão onde é preciso estar, os que apreenderam neste 45 anos, que o CDS é de todos e para todos, os que se preocupam com as questões sociais, mas não deixam a iniciativa privada cair nas mão desgraçadas da esquerda, porque no dia em que isto acontecer, vamos todos sofrer na pele, o que sofremos após o 25 de Abril.

Por isso, o meu pedido hoje é para todas essas Mulheres e Homens, que defendem o nome do CDS, mas que acima de tudo, se colocam ao serviço do País, sem qualquer outro propósito que não seja servir o povo Português.

Este é o tempo em que, devemos estar unidos em volta do CDS, em nome dos seus princípios fundadores, em nome daquilo que fez a nossa história nestes 45 anos de existência.

É por termos feito história nos últimos 45 anos, que estamos todos de parabéns .

R.A.M.


sábado, 13 de julho de 2019

Pensem muito bem antes de irem votar







Definição de ...comunismo:

Comunismo (do latim communis - comum, universal) é uma ideologia política e socioeconômica, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitáriasem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção

Esta definição, é por defeito o espelho daquilo que a esquerda em Portugal, não consegue ser. Ideologia à parte, o PCP e o BE, não conseguem uma sociedade igualitária, porque eles próprios defendem um fosso entre o que é publico e o que é privado, tentando sempre acabar com o que é privado, puxando para cada um dos partidos, os “louros” das pequenas vitorias que vão juntando, ao seu rol de decisões absurdas e portanto, não são de todo apartidários . Quanto a propriedade comum, sabemos todos que o PCP por exemplo, durante os últimos 45 anos, juntou um património imobiliário considerável, segundo alguns órgãos de comunicação social, ascende a 27 milhões de €, livres de impostos, porque a sociedade igualitária que eles defende, obriga a quem trabalha, pague impostos para eles continuarem a acumular património . 

O ponto mais critico deste suposto sistema politico, é sem duvida a Propriedade Comum dos meios de produção, quando após o 25 de Abril, assistimos calmos impávidos e serenos, a Nacionalizações de todos os sectores produtivos da nossa sociedade, não percebemos que os que estava a acontecer, era a destruição de todo o suporte produtivo Nacional, desde a agricultura, sector fundamental para a sustentabilidade do País, até à banca, passando pela produção industrial dos sectores em que Portugal, era uma referência até então . 

A reforma agrária, foi um fracasso que nos atormenta até hoje, e do qual ainda não recuperamos, o exemplo mais flagrante é o Alentejo, onde nem o Alqueiva serviu, para recuperar as empresas agrícolas da região e tiveram de vir alguns vizinhos para que a região começasse de novo a mexer e vamos ver se conseguem . 

A malfadada Nacionalização da Lisnave, acabou por arruinar a companhia em menos de 10 anos, sendo que esta era uma das referências internacionais, que nos colocava na linha da frente da construção naval. A esta seguiram-se muitas outras companhias, a SOREFAME por exemplo, muitos já não se lembram, mas construía comboios e durante muitos anos, foi também uma referência internacional com parceiros internacionais.

Como se não bastasse, trataram também de privatizar a banca, e perceberam facilmente que uma economia sem bancos não funciona, ou com um único banco dependente dos impostos que se cobram aos Portugueses, não funciona e não funciona porque não tem motivação nenhuma, para funcionar. A economia é um corredor de dinheiro, se o corredor ficar sem ar, o dinheiro não circula. Não foi por acaso que, o primeiro sector a ser revertido, na década de 80 foi a banca, na tentativa de injetar ar (dinheiro) na economia Nacional, podia ter resultado se as privatizações tivessem ido mais longe, e admitido capital estrangeiro desde essa altura. O custo de fazer a privatização da banca, apenas com capital Nacional, andamos ainda a pagá-lo, e não sabemos quando vai falir outro banco e seremos chamados a financiar mais uma falência ou mais uma resolução bancária de urgência.

A esquerda anda a 46 anos a fazer isto ao país, a obrigar os Portugueses a pagaram os erros desgovernação a que nos sujeitaram, depois do 25 de Abril. 

A única vez que um Governo eleito de direita, levou a legislatura até ao fim, foi a que terminou em 2015, depois ...bom depois houve um golpe de Estado silencioso, perpetuado por um Presidente da Republica em exercício e outro prestes a ser, estribados numa Constituição da Republica do tempo do 25 de Abril, onde em parte nenhuma diz claramente que os partidos menos votados, estão legitimados pelo povo, para formarem Governo. Um sistema democrático evoluído, não pode aceitar este tipo de contradição, e dado como perfeitamente aceitável, que a vontade expressa do povo, seja sobreposta por uma disposição legal, de interpretação duvidosa , e que só a mente perversa de alguns responsáveis políticos, poderia levar adiante, sem que fosse necessário, um ou outro justificassem a desautorização do povo que não elegeu, aqueles que eles acharam que deviam governar. 

No próximo dia 6 de Outubro, vamos votar outra vez. Se esta esquerda, irresponsável, incoerente, intolerável, inconsciente, tiver mais votos que os partidos de direita, então o país corre os mesmo riscos que correu no 25 de Abril, e já todos sabemos que não ficará pedra sobre pedra, do que foi conseguido durante os últimos 46 anos. 

Por isso pensem muito bem, antes de irem votar. 

R.A.M. 

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Porque é que é tão difícil extinguir a Casa do Douro .















Não há nada pior do que querer queimar a história , querer apagar da história uma parte em que o Douro e as sua gentes tinham um lugar nas decisões que Lisboa tomava para o sector vinícola .

Nos últimos 25 anos porém, a Casa do Douro foi desgovernada , por azar conheci os dois últimos presidentes por razões profissionais um, por razões de proximidade o último, mas também por razões profissionais . Do primeiro, ou do antecessor do último, não há muito a dizer, apenas que contribuiu grandemente para a situação em que a CD estava em 2014, quando foi necessário resolver o que fazer, aos 160 milhões de dividas acumuladas, pese embora o facto de o património da própria Casa do Douro, superar em muito esse valor, deixando portanto a duvida sobre essa necessidade, a menos que sirva apenas, para resolver as conhecidas "imparidades" de algum banco .

Convém no entanto perceber como é que chegamos aqui, porque é que a CD deixou de ser uma instituição credível, em quem os agricultores Dourienses sempre acreditaram, e com a qual trabalharam desde 1923, data da sua criação, não é muito difícil de perceber quando é que começaram os problemas , exactamente a seguir ao 25 de Abril.

Eu sou dos que viveram de perto esse período conturbado no Douro, lembro-me de ouvir histórias de produtores que enterraram garrafas nos armazéns antes de vir alguém de Lisboa, tomar conta das quintas, nunca aconteceu por influencia de muito boa gente oriunda da região de Trás-os-Montes que conseguiu desvalorizar na altura, uma questão que a sul, no Alentejo estava a acontecer ... a ocupação das terras, expropriadas à força e muitas vezes com violência, aos legítimos proprietários, o resultado é triste , o Alentejo nunca mais recuperou, foi preciso virem os Espanhóis depois do Alqueva, tomarem conta das herdades . Porque é que isto não aconteceu no Douro? Porque as gentes do Douro sempre lidaram com as adversidades, de cabeça erguida, teriam agora de enfrentar mais uma, com o mesmo sentido de responsabilidade que enfrentaram filoxera, refazendo as suas próprias vidas . O que aconteceu nos anos seguintes, não se recomenda a ninguém, a Casa do Douro, à semelhança de qualquer outra instituição do País, foi invadida por gente menos honesta , vinda não se sabe de onde e colocada ali para controlar o que se fazia no Douro. Foi essa gente que destruiu a Casa do Douro .

Os últimos dois presidentes, não podiam em 25 anos, mudar o rumo da história, os 160 Milhões de dividas acumulados até 2014, têm de estar em algum lado, nas contas de alguém, se em vez de discutirem se deve ou não ser obrigatório o registo de produtores de agua-ardente, não é de vinho do Porto, deviam estar a discutir para onde foram os 160 Milhões de euros, de dividas acumuladas . E depois disso, sim, discutir o que fazer com a Casada do Douro .

Enquanto isto não for feito, os agricultores Dourienses, os que vivem o Douro, comem o Douro, dormem com o Douro, fazem filhos ao Douro, morrem pelo Douro ... até podem ver a Casa do Douro cair outra vez nas mãos de mal-feitores, mas de uma coisa podem ter a certeza, ... as pedras dos socalcos, ninguém as leva, as vinhas enterradas no xisto, não vão para lado nenhum. Estas gentes são o maior tesouro do Douro, com elas o Douro transformou-se no que é hoje. Apesar dos investimentos feitos, teme-se que os interesses desta gente que depende do Douro, possam por alguma razão ser abandonados, sabemos que houve uma enorme exposição dos investidores, a bancos que já não existem, mas sabemos que felizmente outros existem que resistiram e resistirão por muito mais tempo, se lhes forem dadas condições para tal, se não forem sobrecarregados de impostos .

O CDS sempre teve uma palavra a dizer aos agricultores, sempre esteve muito presente, ontem ouvi uma das mais brilhantes intervenções do deputado Helder Amaral, toda a gente sabe, que alturas houve em que tive de criticar o mesmo deputado, mas é nome dessa mesma liberdade , a mesma com que sempre encarei a vida política, que hoje reconheço o bom trabalho feito em sede de Parlamento Nacional . Porém ...a questão outra vez, crucial , não foi tocada nem à direita nem à esquerda o que não deixa de ser lamentável . Link com a intervenção de Helder Amaral .
 https://vimeo.com/345923433?ref=fb-share&fbclid=IwAR2hPUaZ7348oZwjSv5ilTv6ocDl8rmdacRg-Ac5CYS1PO8LfIDrK-_zZcU


Se querem continuar a discutir o futuro estatuto da Casa do Douro, pelos menos podem ter o incomodo de ir ouvir o que dizem as gentes do Douro, perceber o que elas pensam, o que elas querem para a sua região, o que elas esperam de quem as representa .

R.A.M.