quarta-feira, 29 de abril de 2020

A emergência do Estado .

Do estado de emergência, ao estado de calamidade:


Se dúvidas houvesse sobre o perigo em que a nossa democracia se encontra, ficariam dissipados completamente, quando assistimos a um discurso de sua excelência o senhor Presidente da República, que serviu apenas e só, para insulta a inteligência de todos nós. 

Mais vergonhoso que o próprio discurso, foi a reação em coro da comunicação social em bloco, depois de anunciados os tais 15 milhões de ajuda aos media, que ao segundo consta, é apenas o inicio daquilo que poderá ser, mais uma manobra para por o contribuinte a financiar os meios de comunicação social privados. Ter o Estado, a financiar ou grupos que controlam a informação a nível Nacional e não só, é muito perigoso para a democracia, pese embora ninguém esteja minimamente preocupado com o assunto.  Ao ponto de o 25 de Abril ter sido uma tal vergonha, e ninguém com a carteira profissional de jornalista, tivesse os tomates para chamar os bois pelos nomes... tenham vergonha na cara !!! 

Porém... a vergonha é tal que não podemos ficar por aqui. Na verdade, a democracia, está mesmo em perigo. E não fosse o perigo de uma nova banca rota, e Marcelo promulgaria mais uns 15 dias de estado de emergência, porque é melhor forma de controlar tudo e todos. Vejamos, o estado de emergência que terminará no dia 2 de Maio, serviu para percebermos algumas coisas, primeiro :
A nossa Constituição da Republica é tão elástica que permite de facto, suspender a democracia, retirando liberdade aos Portugueses, mantendo-os em prisão domiciliaria voluntaria, enquanto isso, façamos então um exercício de memoria. Lembram-se da última vez que foi decretado o estado de calamidade publica? Pois é... foi o verão de 2017. E toda a gente sabe as razões, da necessidade de ser decretado o estado de calamidade publica naquela altura. E agora, por razões puramente ideológicas , em vez de acreditarmos nos Portugueses, os mesmos que têm sido exemplares na sua auto proteção, conscientes da sua própria defesa, conscientes de que a sua segurança sanitária, depende da cada um de nós, resolve um governo minoritário, com um suporte parlamentar sem consistência nenhuma e acima de tudo sem credibilidade alguma, mas com o respaldo do senhor Presidente da Republica, com quem concertam estes desmandos, sem respeito algum, pelos Portugueses, pelos seus valores, pelos valores da democracia conquistada no 25 de Novembro, sem qualquer consideração por quem dei a vida, durante os últimos 46 anos, para fazer deste país, um país decente , onde todos gostamos de viver, de ter as nossas vidas, de fazer-mos o que é preciso para que Portugal não sofra na pele, as consequências de mais uma banca rota. 

O atual ministro das finanças, anunciou em Janeiro que Portugal tinham pela primeira vez, na historia da democracia Portuguesa um super habit, que nos deixaria uma almofada financeira, para podermos fazer frente a uma crise de tesouraria, que na altura não era previsível. O que o Ronaldo das finanças não sabia, era que essa crise, então previsível, acabaria por acontecer, e tal almofada financeira de Mário Centeno, esfumou-se ... Nada de novo portanto. Lembro-me uma vez mais, que em 2008 quando rebentou a crise do sub-prime, o então ministro da economia dizia à boca cheia, que “ Portugal passou ao lado da crise...” Ainda a crise, propriamente dita, não tinha entrado nos bolsos dos Portugueses. Apesar dos ajustamentos feitos, entre Setembro de 2008 e Março de 2011, fomos mesmo obrigados a pedir ajuda financeira internacional, por manifesta incapacidade de satisfazermos os nossos compromissos financeiros, quer com o pagamento a fornecedores, quer de salários e pensões a pagar pelo Estado, não foi uma crise originada por quem tinha a sua própria vida organizada, de forma a pagar as suas contas a tempo e horas, como as pessoas de bem. O Estado, para ser uma pessoa de bem, endividou-se em 1978 e até hoje não pagou em cêntimo dessa divida, o que tem pago são juros da mesma e o valor liquido da divida, não é reduzido porque o capital nunca foi abatido, estamos sempre a aumentar divida e a pagar juros de juros. Isto é, como ter uma casa hipotecada ao banco, por uma razão qualquer, deixar de pagar o empréstimo, e depois ir ao banco negociar um novo empréstimo, como não pagamos o primeiro, o risco ainda que o banco fosse outro, é sempre maior e portanto a taxa de juro é sempre maior.

A grande questão é, porquê ? Porque é que, não somos capazes de pagar a nossa divida, ou parte dela? As razões são conhecidas, e quando eu digo que os agentes políticos de esquerda, do PSD, ao PS, ao PCP, ao BE, ao PEV  e ao PAN, trabalham todos para quem nos empresta dinheiro, é porque as decisões que esta gente toma e assume como dogma, e das quais fazem depender a sobrevivência do próprio governo, da sua imposição ideológica. Nacionalizar empresas que geravam riqueza e “comê-las “ por dentro, destruindo o tecido produtivo como aconteceu, a seguir ao 25 de Abril, por mera questão ideológica, e ao abrigo de uma Constituição da Republica Portuguesa, feita à medida das circunstancias de então, que calha ser a mesma que temos hoje, e portanto sem margem de manobra para que se resolvam problemas de fundo, que sem mantêm até hoje, 46 anos depois. A mesma CRP, que permite que se suspenda a democracia, porque o Estado, não tem forma de controlar uma crise sanitária sem que recorra a uma norma da própria Constituição, e muito agora podem dizer cobras e lagartos e que ninguém tem culpa e isto e aquilo, mas a verdade é que a mesma Constituição invoca saúde, educação e segurança para todos . 

Ora, se em termos de saúde é o que sabemos, em termos de educação, estamos a mudar o paradigma, e com as dificuldades de um país com as nossas assimetrias, não é fácil porque continua a haver famílias que não reúnem condições para ter acesso à internet em casa, em termos de segurança, estaria tudo muito bem, não fosse um indulto presidencial, que está a colocar cá fora, criminosos que deviam estar a pagar pelos seus crimes.

Temos portanto a tempestade perfeita, um País que atravessa uma crise pandémica sem precedentes, com uma pseudo coligação de esquerda com fome de Nacionalizações, para acomodar “boys and girls “, uma Constituição da Republica que até permite que isso se faça, e um Presidente da Republica que resolve atribuir a liberdade a quem devia estar preso. Por isso se não tivermos uma oposição firme, que se reúna dos melhores para poderem servir o País, dando o seu melhor, fazendo que temos de fazer  o melhor que podemos e sabemos, sem ceder ideologicamente, sem vendermos os nossos princípios, hipotecando o futuro de milhões de Portugueses .

A direita Portuguesa teria hoje, um líder natural que não fosse a vontade de vingança de alguns pseudo democrata Cristãos, seria o Presidente do CDS. Porém o eleito presidente, não só não conta com o apoio de uma boa parte do partido, como não colhe nenhum tipo de simpatias entre os Portugueses, basta olhar para as sondagens e concluímos isso de imediato, e portanto no momento em que precisamos de ter uma direita às direitas , temos um Chega que não chega para as encomendas, uma Iniciativa Liberal sem Iniciativa nenhuma, e um CDS que mais não faz do que aceitar o que diz António Costa, como se se tratasse de um paradigma, de resto à semelhança de Rui Rio, e é assim que este País à beira mar plantado, se deixa arrastar para o pântano.

É bom começarmos a pensar seriamente o que queremos, ou quem queremos à frente dos destinos da direita Portuguesa. 

#elesnão 

R.A.M.
29-04-2020 

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