sábado, 2 de outubro de 2021

A entrevista de Chicão, ao pasquim do senhor do bolo ...


A entrevista de Chicão, ao pasquim do senhor do bolo ...  

Aqui estamos nós... 45 anos depois e 29 congressos, ninguém nos pode acusar de irregularidade, temos um congresso em cada dois anos, mais coisa menos coisa. 

 

Eu lembro-me de enquanto Conselheiro Nacional, ter votado, contra as tendências ou o que lhe quiserem chamar, dentro do CDS, confesso que na altura, percebi a necessidade por uma parte do partido, de abrir as tendências e correntes de opinião dentro do CDS. E mais uma vez recordo o tal sermão de Frei Bento, que alguém uma vez trouxe para a discussão num Conselho Nacional do Porto, se a memória não falha, convocado para discutir, porque é que um vice-presidente tinha abandonado o partido. 

 

Imaginem lá o que seria, se de cada vez que um vice-presidente abandonasse o partido nos últimos, dois anos, tivessem de convocar o Conselho Nacional, ainda estavam hoje, a discutir a saída de alguns, que não deixaram saudades.

 

Porém, nestas coisas há sempre um porém, convém lembrar aos mais distraídos, que dos tais vice-presidentes que o atual presidente e a atual direção tinham no final de janeiro de 2019, resta apenas um. A saber, Abel Matos Santos, saiu semanas depois do congresso, não se sabe dele desde então, pode ser que apareça como D. Sebastião ... numa noite de nevoeiro. Carlos Meira, usou tanto balde de lixivia que se desintegrou. Pedro Borges de Lemos, a sumidade em política, bateu com a porta e foi pro partido ao lado, onde permanece ao que consta numa prateleira com vistas pro Tejo... não deixa de ser inspirador. 

 

Resumindo, as duas tendências ou correntes de opinião do CDS, serviram para eleger este presidente e, portanto, são responsáveis pelo que é hoje o CDS, pelo que vale hoje o CDS, ou seja, pelos 1,48% dos votos dos Portugueses. Feitas as contas das últimas eleições, é isto que vale hoje o CDS. Ou pelo menos, é isto que os entendidos nos dão em intenções de votos dos Portugueses. Menos votos, menos mandatos, as mesmas camaras municipais. Não crescemos desde as legislativas de 2019, não crescemos desde que esta direção tomou posse, e, portanto, não percebo porque é que só agora é que resolveram antecipar o congresso. Ou percebo, mas já lá iremos. 

 

Eu estive caldo durante a campanha e a pré-campanha, porque há uma coisa que se chama responsabilidade comum, que esta direção e em particular o presidente do CDS, não sabem o que é, porque não consegue assumir uma derrota tal como ela é, pelo contrário atira-se com unhas e dentes a quem, como Adolfo Mesquita Nunes, na noite das eleições colocou o dedo na ferida. Francisco em entrevista ao Expresso, dá asas aos seus tiques comunas e em vez de assumir a derrota e perceber o que correu mal não, agradece a Mariana Mortágua ... ter defendido o CDS... não deixa de ser caricato. 




 

Mas foi mais longe. Na mesma entrevista, conseguiu dizer uma coisa e o seu contrário, da forma mais displicente possível, mais uma vez digno um politico de esquerda, dos que transformam as derrotas em vitorias. Passo a citar “ Nós queremos é implementar as bandeiras do nosso partido, ainda que tenhamos de contar com os votos dos outros partidos para o fazer ...”  Convenhamos... Ou implementamos as bandeiras do CDS, e para isso precisamos de votos, ou fazemos acordos aqui e ali, lá se vão as bandeiras do CDS, já vimos este filme antes e por chegamos aqui. 




 

Uma coisa é certa, eu nunca gostei de coligações e sempre que fui chamado a votar coligações, votei contra, fosse com que fosse, e por isso, estou a vontade, mas o argumento que o atual presidente usa, de que no tempo de Paulo Portas era bom pro partido e com ele, o partido arrisca-se a desaparecer por causa das coligações com o PSD. Há uma diferença abismal, não havia ninguém a nossa direita, nem Chega nem IL, e portanto só dependia-mos de nós próprios.

 

A tal falta de honestidade intelectual de que fala o presidente do partido na peça do pasquim do senhor do bolo, é a mesma que ele próprio usa quando transforma uma derrota em vitoria a moda do PCP.


Mas Francisco vai mais longe. Admite que o CDS por até num cenário hipotético, pode ganhar as eleições legislativas com maioria absoluta... Hipoteticamente, é tão verdade agora, como quando Assunção Cristas, assumiu que queria ser primeira ministra  e portanto ...aí de quem resolver atacar Chicão por causa disto ...

 

 






Nota de roda pé. O ar irritado com que o senhor presidente do CDS, deu esta entrevista, revela bem a sua capacidade de lidar com a pressão ainda que seja de um pasquim,  que não tem a credibilidade de outros tempos. 

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