sexta-feira, 6 de abril de 2018

A cultura de coçar os tomates .





Nos últimos dias, não se tem falado de outra coisa que não seja ... futebol e Lula da Silva e ... fundos para a cultura em Portugal.

Vamos por partes ; Lula da Silva só se fala por ter um paralelo incontornável com um caso em Portugal, muito ...semelhante e sobre o qual eu me recuso a comentar, por razões que todos já sabem. Não vou publicitar um caso ....que de cultural pode ter uma data de livros, cujo autor não assina a obra ou as obras, que se auto-financiou para publicar tal obra ...eis aqui o cerne da questão, até nesta pagina negra da nossa cultura, tivemos um preço elevado a pagar. Não tenho mais nada a dizer sobre estes dois parasitas .

Infelizmente há mais parasitas. Antes de mais nada, ou antes que acusem de tudo e mais alguma coisa, tenho que ressalvar duas coisas:
1-Em Portugal sempre se destacou a cultura como um pilar importante da sociedade Portuguesa .
2-Nunca em caso algum, criticaria os verdadeiros artistas, aqueles que não esperam que os Estado lhes pague para levar a palco, uma peça, uma musica , um filme ou livro que seja .
Estes merecem todo o meu apoio e devem ser acarinhados e recompensados, a melhor forma de os recompensar é ir ao teatro, privilegiar a cultura Nacional, comprar livros de autores Portugueses, ver mais cinema Português.

O estado da cultura em Portugal, é problemático porque não temos a cultura de nos cultivarmos com o que é nosso, e por isso as companhias de teatro, os editores, os produtores ... não podem sobreviver, salvo raras excepções que felizmente as há, e que se re-inventam todos os dias e todos os dias nos mostram que é possível fazer bem e fazer melhor, com meios gerados por si próprios, sem ajudas do Estado, sem subsídios, sem os normais esquemas entre ministérios e secretarias de Estado, para conseguir uns milhares, que afinal não chegam para levar uma peça de qualidade a palco, mas servem para manter meia dúzia de marmanjos a "coçar os tomates" por algum tempo. E com esses sim, eu tenho um problema. Quem por ventura pensa que isto é algo contra os agentes culturais, repito não é, mas é contra alguns agentes da cultura que se habituaram a ter no Estado, um saco sem fundo, onde podem sempre ir buscar mais algum, para poderem continuar a brincar às companhias de teatro, à nossa custa , à sua custa, à custa dos seus impostos e dos meus .

A cultura não é um bem essencial, não está obrigada pela constituição da Republica ser um protectorado do Estado, mas as verbas atribuídas via orçamento de Estado, sim...são obrigatoriamente  destinadas à cultura. Sabemos que não tem sido bem assim, sabemos que há um artista que calha ser "primeiro ministro" e um outro artista que calha ser " ministro das finanças", que fazem o que querem e lhes apetece com as verbas que sendo destinadas à cultura, servem para pagar outras contas em atraso ou nem por isso . Deixando assim os ..." profissionais coçadores de tomates ", sem unhas para se arranharem.

Resumindo, CASA ONDE NÃO HÁ PÃO, TODOS RALHAM E NIGUÉM TEM RAZÃO .
Costa e Centeno, enganaram os parceiros de esquerda prometendo mais apoio à cultura, mas sabiam que não havia dinheiro para isso, depois tentar culpar a direita por não querer aumentar um orçamento fictício, em que já nem eles acreditam, só para que a pseudo coligação geringonça não entrasse em colapso .

Quando falta dinheiro para pagar aos fornecedores dos hospitais, das farmácias, de todos os aprovisionamentos do Estado, seja transversal a todo o sistema, querer atribuir fundos que não temos para ajudar meia dúzia de companhias de teatro que já se deviam ter resolvido a elas próprias, é no mínimo surreal . Porém, essas companhias podem e devem manter-se, procurando patrocínios , mecenas, outras formas de se auto-financiarem sem dependerem dos nossos impostos . Ou então ...continuem a coçar os tomates .

R.A.M.




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