terça-feira, 28 de maio de 2019

Vamos falar de coisas sérias ...tipo a abstenção !!



Síndrome de Estocolmo ataca de novo .

“Síndrome de Estocolmo é o nome normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade perante o seu agressor.[1] De um ponto de vista psicanalítico, pessoas que possam ter desenvolvido ao longo de experiências na infância com seus familiares ou cuidadores, algum traço de caráter sádico ou masoquista implícito em sua personalidade, podem em certas circunstâncias de abuso desenvolver sentimentos de afeto e apego, dirigidos a agressores, sequestradores, ou qualquer perfil que se encaixe no quadro geral correspondente a síndrome de Estocolmo. Há também a possibilidade, amplamente considerada, de que para algumas pessoas vítimas de assédio semelhante, possam desenvolver algum mecanismo inconsciente irracional de defesa, na tentativa de projetar sentimentos afetivos na figura do sequestrador ou abusador que possam "amenizar" ou tentar "negociar" algum tipo de acordo entre a relação vítima/agressor na tentativa de reduzir a tensão entre os entes envolvidos.
De uma forma geral, estes processos psíquicos inconscientes e sua relação entre vítima/agressor, podem perfeitamente ser entendidos em uma ampla gama de contextos onde a situação de agressor e abusado se repete. Inclusive no caso de mulheres que sofrem agressão por parte dos cônjuges e mesmo muitas vezes tendo recursos legais e apoio familiar para abandonar o agressor, ainda persistem em conviver sob a atmosfera de medo.”

Esta é a definição oficial, para um fenómeno que ataca os Portugueses nos últimos 43 anos. É por si só uma das razões para os atuais níveis de abstenção, que se mostram cada vez mais elevados . 
Ou seja, os Portugueses depois do 25 de Abril, ao abrigo de prerrogativas de liberdade, e modernidade e outras aldrabices que nos quiseram vender, foram abusados por uma casta de políticos, mas formados, sem preparação para conduzir o país a bom porto, sem competência para defenderem o interesse Nacional. 
Os filhos dessa geração de incompetentes , criou uma outra geração que se demitiu de acreditar na geração anterior, porque 2 resgates internacionais, com as consequências que ambos tiveram, obrigaram duas gerações a viverem sobre os desmandos dos mesmos políticos, incompetentes , vazios de ideias e com uma enorme vontade de fazer com os dinheiro dos contribuintes o que não fariam com o seu próprio dinheiro. Faliram o país 3 vezes, e não estão contentes. As razões para ainda não estarem contentes, com 3 resgates internacionais, cabe a cada um dos contribuintes Portugueses avaliar ... mas são precisamente as mesmas que obrigam os Portugueses a pensar, se vale a pena ir votar. 
Se é verdade que nos primeiros anos de democracia, toda a gente achou que era tão bom ir votar, cedo perceberam que afinal não valia a pena, os mesmos que tinham prometido mudanças e liberdade, estavam a fazer com que essas mudanças custassem muito mais caro, do que o tinham antes. 
Correndo o risco de me repetir, convém lembrar porque é que antes do 25 de Abril, por exemplo o sistema Nacional de Saúde, não entrava em rutura facilmente, havia muitas empresas, que tinham dentro das suas próprias instalações, autênticos postos médicos onde muitas vezes eram dados os cuidados necessários a quem precisava, não corriam para as urgências dos hospitais quando entalavam um dedo numa porta. As mesmas empresas tinham escolas dentro das próprias instalações, o que ajudava em muito não só ao crescimento da taxa de natalidade, porque as pessoas sabiam que tendo filhos, as empresas tinham condições para assegurar por algum tempo, a sua instrução académica. Em resumo o tecido empresarial Português existia, e estava estruturado de forma social para que a economia do país não sofresse alterações de maior. 
Tudo isto acabou com o 25 de Abril, o Estado passou a ser responsável por tudo, pela segurança , pela saúde , pela educação, com custos monstruosos para os bolsos dos contribuintes, por razões estranhas, Portugal ficou sem capacidade de satisfazer os seus compromissos financeiros, pagamento a fornecedores e pessoal do Estado, pensões e reformas incluídas, 4 anos após o 25 de Abril, muitos poderão dizer, que quem contribui muito para essa situação, foram as descolonizações ... também foram, mas foram porque mais uma vez a competência e os políticos Portugueses, nunca se deram lá muito bem . E desde essa altura, os Portugueses habituaram-se a conviver, com um Estado que usurpava o resultado do seu trabalho, em forma de impostos e de cada vez que temos um resgate, por causa da falta de competência dos políticos, lá vem mais uma carga fiscal adicional, sobre a carga fiscal existente, até chegarmos ao que temos hoje. 
Tudo isto para explicar uma coisa muito simples. O povo Português, habituado a lidar com esta situação de humilhação continua, por parte daqueles que foram eleitos, para protegerem os superiores interesses da Nação, demitiram-se de votar, para não serem coniventes com uma situação que os faz sofrer há 43 anos. Ou seja, o síndrome de Estocolmo, está aqui inequivocamente implícito por força do que foi a governação do país, nestes anos todos. Os Portugueses não vão votar, não porque a mensagem dos políticos, não passa, não porque não percebem os que eles dizem, mas porque não acreditam neles . Não acreditam que os mesmos que não mudaram nada em 43 anos, sim ...são so mesmos, podem fazê-lo em 4 anos e por isso não vão votar .
Como é que se muda uma situação destas !? 
Primeiro é preciso ter vontade politica para o fazer. Depois é preciso ter uma capacidade de mobilização que o Presidente tinha, e está a perder por culpa própria, e porque só dele dependia uma revisão profunda da Constituição da Republica Portuguesa, que tarda em chegar, não teremos mudanças num futuro próximo, o que é de lamentar, pois só uma revisão Constitucional com visão de futuro, poderá operar mudanças a todos os níveis, incluindo a nível financeiro com limites de endividamento, devidamente fixados, e com consequências para quem os ultrapassar. Seria um importante sinal, para quem há muito tempo de demitiu de ir votar.
Se continuarmos a ser abusados, por ministros das finanças enxertados em merceeiros de terceira categoria que só pensam em números, esquecendo que as próprias pessoas são o numero mais importante e que é nelas que deve pensar antes de fazer contas, qualquer dia vamos ter uma daquelas historias, em que a mulher se cansa de ser espancada pelo marido que chega bêbedo a casa, e quando ninguém espera, mata-o dentro de casa, porque ele reclamou da sopa que estava fria. Coisas que acontecem na hora menos pensada e que o síndrome de Estocolmo, explica por si só . 


R.A.M.

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