segunda-feira, 1 de março de 2021

A insustentável leveza de... não ser!!



Quando nos reduzimos ao limitado e redutor subterfúgio do nosso desgraçado ego, criamos uma ilha a nossa volta, ficamos isolados num pedaço de terra, coberta de bandeiras esfarrapadas, que nos ensinaram no passado, que estavam gastas e desgraçadas pelo uso e abuso de uns e de outros, mas que nossa visão limitada, e obstruída pela convicção de que fomos escolhidos para uma missão, que tínhamos de levar até ao fim, sem olhar a meios para o conseguirmos. 

Ando seguramente há 6 meses, a dizer que é preciso mudarmos de vida, que é preciso um Congresso extraordinário, electivo e sério, para de uma vez por todas definirmos o que queremos para o CDS. Este partido, não é nem nunca foi o porta-bandeiras da desgraça. Demos a volta por cima, varias vezes, porém desta vez estamos a dar volta por baixo, e dar a volta por baixo, significa que os barcos passam nessa ilha onde decidiram espetar as bandeiras esfarrapadas na areia, e ficar ao sabor do tempo à espera que algo aconteça, ainda que seja a boleia de outro partido qualquer, que se aproveita da nossa fragilidade de sermos uma ilha perdida no meio do nada.

Perdemos o barco para os Açores, e ainda assim, deixaram-nos ser Governo, não por mérito, porque não ganhamos nada, antes pelo contrário, perdemos mais de 1100 votos e um deputado, e agora embarcamos numa barcaça para as autarquias, sem sabermos nada sobre os planos de navegação, mantidos nos segredos dos "Deuses", como se fosse um caso de segurança Nacional. Está fácil de prever o desastre, Rio e o laranjal, habituados a meterem água por todo o lado, não se atrevem a entrar em mar alto, sem um comandante à altura, e portanto só depois de Assunção Cristas, dizer que não e bem, é que anunciaram um candidato que pode dar luta em alto mar, mas não sabemos se a barcaça aguenta.

Porém, mais uma vez o CDS, reduz-se à imagem do actual líder e ao que já nos foi dado a perceber, os 20% conseguidos nas eleições autárquicas anteriores, de nada serviram, a coligação por Lisboa, está a ser apresentada como " PSD-CDS", quando o mínimo que podia acontecer, seria exactamente o oposto " CDS-PSD", coisa que a nossa insignificância do momento, não permite que aconteça.

Um congresso extraordinário antes destas eleições autárquicas, em nada prejudica a nossa actual posição em termos de intenções de voto, como de resto se pode provar pelas imagens acima, 0.8% de intenções de votos para legislativas, e quanto a influência sobre a vida dos Portugueses 0.0%. O que prova queiramos ou não, que o CDS escolheu uma nulidade a quem ninguém dá importância nenhuma, e se não nos livrarmos dele, vamos ter 0.8% dos votos dos Portugueses nas próximas legislativas. Recordo que algumas das sondagens, nas últimas legislativas nos davam 4.4% das intenções de voto, e o resultado final foi muito proximo disso.

A Situação é insustentável e não se pode prolongar por tempo indeterminado, a leveza de não sermos coisa nenhuma, reduz-nos a irrelevante ilha no meio do nada coberta de bandeiras esfarrapadas, que de nada servem, porque estão gastas e já não se percebe o que significam tais bandeiras ou estandartes , a nossa insignificância política, reduz-nos a uma pedaço de coisa nenhuma, cercados de nada, e o caminho é atravessar um laranjal enlameado, por anos e anos de ... políticas desajustadas, para não ser inconveniente.

Por fim, uma palavra curta a quem decide depois de espremerem até a última gota, as bandeiras esfarrapadas, decidem roubar um bote a remos e zarpar para fora da ilha, os tais que bateram com a porta, um acto de pura cobardia, criticaram o partido durante 4 anos diariamente, uniram-se para afastar a direção anterior, e agora saltam borda fora, enfiam-se no primeiro bote e deixam as mulheres e as crianças para trás, quais cobardes dos mares da política. Para esses cobardes, " Só faz falta quem cá está" . 

R.A.M. 
1 de Março de 2021 

 

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