quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

O CDS-PP e os tiros nos pés.(re-editado)



 O CDS-PP e os tiros nos pés.

 

Se há coisa de que ninguém me pode acusar, é de dualidade de critérios mo que toca a apoio ou critica dos presidentes do partido ou dos seus fiéis seguidores. Qual D. Quixote e seu fiel escudeiro, Nuno Melo reuniu as tropas para salvar o CDS e em verdade vos digo, que afinal, os moinhos de vento ... estão a vencer a guerra. 

 

Há um ano, prevíamos que o CDS depois do congresso que elegia D. Quixote, desculpem ... Nuno Melo, para presidente do partido, este entrasse de vez numa espiral de crescimento, sem hipótese de retorno, tal não aconteceu, muito pelo contrário. O CDS-PP bateu na fasquia mais baixa de sempre, 0,0%.

 

Podíamos fazer agora um exercício de memoria para melhor percebermos como chegamos aqui e porquê, mas é completamente desnecessário porque já por várias vezes apontei o dedo a uns e outros. Mas façamos uma coisa simples, vamos á história do partido e analisemos o que foi o CDS, antes do PP, ou mesmo antes de outro PP (Paulo Portas), e rapidamente percebemos, antes de Paulo Portas, tínhamos Manuel Monteiro, para início de conversa não sou fã, mas também não vem ao caso, Manuel Monteiro sucedeu ao saudoso Professor Adriano Moreira e o partido nessa fase já sofria de depressão tropical "tendinite" aguda, Manuel Monteiro foi buscar Paulo Portas, um irreverente dono de jornal, que abraçava a vida política depois de uma passagem pela JSD, discreta e sem consequências para nenhum dos lados. Acontece que a ideia que Paulo Portas tinha da política na altura, era completamente diferente daquilo que é hoje, lembro-me bem de um episódio em que o próprio aparecia salvo erro ao lado irmã e dizer que nuca seguiria uma carreira política nem se via como um político. O que prova que na política como no futebol, o que hoje é verdade, amanhã pode muito bem ser mentira. 

 

Andando um pouco mais para trás, depois da sua fundação o CDS chegou a ser primeira força política em vários distritos do país, depois do atentado de Camarate, o CDS começou a perder expressão por causa da AD, a coligação que em 1980, juntou a direita para derrotar os socialistas. A Aliança Democrática era encabeçada por figuras proeminentes na altura, mas que depois do atentado, se deixaram levar pela emoção e “entregaram o ouro ao bandido”, deixando o PSD conseguir duas maiorias absolutas depois do P.S. Paulo Portas resgatou uma parte dos Sociais Democratas que o PSD de Cavaco Silva não queria, e acomodou-os no CDS, culminando com a sua ida pro governo em 2001, e mais tarde em 2011, com uma saída estratégica em 2005 no congresso de Lisboa, onde o partido foi entregue uma ala do CDS mais conservadora, mas que não soube levar o barco a seu porto. José Ribeiro e Castro, era então o Eurodeputado presidente do CDS, com um curriculum próximo do que tem o atual presidente, e pasme-se... Ribeiro e Castro não chegou aos 0.0%, pode ter andado lá perto, mas nem ele nem Francisco Rodrigues dos Santos, chegaram tão baixo. Depois de JRC, regressou Paulo Portas num Conselho Nacional de má memoria em Óbidos, mais um episódio triste, do mais triste a que tive oportunidade de assistir na política, Portas sucede a RC e continua a saga de injetar independentes e mais laranjas no na Caldas, culminando com a sua saída em 2015 e a chegada de Assunção Cristas, que entra com o pé direito, com um discurso firme e audível, mas que rapidamente é abafado pelo aparelho laranja interno. Se Portas era vítima do aparelho, Cristas foi vítima de si própria, não soube afastar as laranjas podres e acabou por contaminar o resto do cesto. Sendo que o seu sucessor Francisco Rodrigues dos Santos, pegou num cesto de laranjas podres e em vez de as deitar fora, andou a espremê-las e a servir sumo de laranja azeda. 

 

Eis que chega Nuno Melo, tem várias garrafas de laranjada azeda, serve o sumo que sobrou, e quando percebe que está azedo, um ano depois, resolve criar um programa que ninguém quis saber o que era apresentado por alguém, que também nunca apostou o pescoço, sobe pena de perder meia dúzia de tachos. Enquadrando assim um círculo em que já ninguém quer entrar. O círculo de um CDS sem identidade própria. 

 

Por isso, hoje este que daqui vos escreve, que tantas vezes apelou ao vosso bom senso, que tantas vezes chamou a atenção de uns e outros responsáveis para o que estava a acontecer, quando usava os pregos e a Anita para que o discurso não ficasse enfadonho, este que foi impedido de apresentar uma moção em duas ocasiões distintas, com contornos absolutamente hilariantes (vistos á distância) numa e noutra, sem que me passasse pela cabeça desfiliar-me ou abandonar o partido porque simplesmente meia dúzia de iluminados não quiseram enfrentar a realidade. Pois bem, o que estava na última moção, era simplesmente um plano para salvar o partido, com cabeça, tronco e membros, plano esse enviado à secretaria geral no pós-congresso, bem como à presidência do partido, aguardando até hoje uma resposta, já que me ensinaram em casa que toda a carta tem resposta. Hoje percebi que afinal para esta direção, a únicas cartas que têm resposta, são as cartas de desfiliação, que são confirmadas por um Sancho Pança qualquer, sem o menor esforço para em vez de aceitarem uma desfiliação que seja, fazerem com que a mesma seja revertida. Não admira que o CDS tenha chegado aos 0.0% de intenções de voto. A única coisa que hoje se me apraz pedir-vos, é que se organizem, juntem as tropas, vamos reunir assinaturas suficientes para requerer um congresso com a maior brevidade possível, porque só assim, poderemos retomar o caminho traçado pela carta de princípios do CDS, e enfrentar os próximos desafios eleitorais com a esperança, o orgulho e a força de sempre. 

 

Saudações Democrata Cristãs.

Rui Alexandre Moreira 

25 de janeiro de 2023.

 

 

 

 

sábado, 24 de dezembro de 2022




 Mensagem de Natal.

 

O ano que está prestes a terminar, foi para mim rico em surpresas, umas mais agradáveis que outras, mas acima de tudo, foi o ano em que senti o reconhecimento de algum do trabalho feito nos últimos 30 anos de vida. Não estava nada a espera de tal reconhecimento e muito menos imaginava o que daí poderia surgir. 

 

Por isso hoje resta-me agradecer aos que acreditaram em mim, aos acreditaram num projeto que à partida e contra todas as recomendações estava condenado ao fracasso, e que com a experiência acumulada e com alguma dose de atrevimento, conseguimos levar a cabo. Durante os anos passados a desenvolver projetos, nunca imaginei que fosse possível chegar tão longe, e sentir o reconhecimento de ter chegado tão longe, e acima de tudo, ver as pessoas que acreditaram neste projeto, felizes por fazerem parte dele, nada disto seria possível sem essas almas que acreditaram no impossível, que hoje tornamos possível. 

 

A mensagem que gostava de partilhar com todos este Natal, é essa mesma “... acreditem sempre que é possível fazer mais e melhor, mesmo quando aos nossos olhos tudo parece impossível, se dentro de nós sentimos que é possível, é porque não devemos desistir nunca dos nossos objetivos, é por isso que a palavra desistir, foi há muito excluída do meu vocabulário. E sim, aplica-se a quase tudo. 

 

A vida é de facto um conto de Natal, em que somos surpreendidos por nós próprios, todos os dias somo o Pai Natal, que desce pela chaminé abaixo e nos presenteia com mais um dia de aventuras, viver é uma aventura, principalmente para quem vive intensamente todos os dias como se fossem o último. Vivam todos os dias como se fossem o último, e tenham um Natal todos os dias. 

 


Sei que muitos de nós estamos preocupados com a guerra na Ucrânia e as suas consequências, com o aumento do custo de vida, com o poder ir de férias, no próximo verão ou não, com o ter dinheiro para o colégio das crianças ou com o pagar as horas da empregada, a prestação da casa ou do carro, mas não vi ninguém preocupado com as contas vizinho da frente, em saber se ele pode ou não pagar as próprias contas, ou se precisa de ajuda, se pode ou não manter o estilo de vida a que estava habituado ou tem de dispensar a empregada e o tempo que passava com a mulher ao fim da tarde na varanda e beber copos, deixa de existir porque ele tem de fazer horas extra e ela tem de fazer o trabalho da empregada, são estas coisas com que ninguém se preocupa que fazem do nosso Natal, um Natal melhor ou pior, e é por isso que esta mensagem serve apenas para aqueles que levam o Natal a sério... todos os dias.

 

Um santo e feliz Natal, para aqueles que conseguirem. 

Um abraço para os que se estão a cagar porque vão precisar, mais cedo ou mais tarde. Os outros sabem que Natal é todos os dias.

 

R.A.M.

24 de Dezembro de 2022

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Merditocracia à moda do Caldas

 Merditocracia à moda do Caldas 

 

Entre 2000 e 2010, o CDS tinha uma dinâmica reconhecida por todos no distrito de Bragança. 

 

A Juventude Popular, sobreviveu até depois disso, mas depois de 2010 notou-se que invariavelmente, o partido era invadido por outsiders que ocupavam estrategicamente lugares de destaque dentro das estruturas locais, e distritais para depois “atacarem” os famosos tachos sempre cheios de regalias para uns e outros. 

 

Hoje assistimos a um fenómeno que já não é estranho, depois de Nuno Melo, ter feito questão em recuperar um Secretário Geral que nada acrescentou ao partido no passado e um subsecretário geral tão obsoleto como mamas num boi, percebemos que o caminho traçado é aquele que afinal muitos de nós que demos o melhor de nós pelo partido, não queremos, não desejamos, nem estamos dispostos a ver o CDS que ajudamos a crescer muitas vezes com sacrifício próprio, a enveredar por caminhos que não nos levam ao passado de que tanto nos poderíamos orgulhar.

 

Em Bragança particularmente, o CDS está entregue ao PSD há décadas e ninguém nas várias direções Nacionais que vão passando, quer saber do que realmente se passa. Como tive várias vezes oportunidade de dizer, o atual presidente da concelhia de Mirandela, foi candidato a uma junta de freguesia pelo PSD, muitos vão dizer... “qual é o problema?” Eu vou tentar explicar isto de uma vez por todas. 

O anterior Secretário-geral do PSD, foi presidente da câmara de Mirandela durante 20 anos se a memória não me falha, e durante todo esse tempo, mais não fez do que desmontar o CDS por dentro, começando no legado do Dr. José Gama, quando o CDS por culpa própria e ambição política do próprio Dr. Gama ( paz à sua alma), se houver como, porque quem abandona a democracia Cristã, para ser cabeça de lista pela então oposição para defender os seus interesses próprios, não merece ser lembrado como democrata cristão. A frase é minha e eu assumo sempre o que digo. A verdade meus amigos é que tanto Gama como Silvano, conseguiram, embora nenhum deles tivesse sido governo, graças a Deus. Cá se fazem, cá se pagam. 

 

O problema é que o CDS neste momento, e segundo o site do partido, não tem concelhia em Bragança, nem em Miranda do Douro que nem consta do mapa, nem em Vila Flor, nem Mogadouro e pasme-se nem em Vimioso, ou seja, metade do distrito não tem estruturas concelhias. 

 

Tudo bem, é preciso trabalhar para reunir os filiados e refazer as concelhias, então a CPN lá do alto da sua imensa sabedoria o que faz, como a estrutura está como está, vamos pegar num anterior presidente de distrital e entregar-lhe a árdua tarefa de refazer o partido a partir daqui. Isto era possível se porventura o agora nomeado delegado distrital, tivesse deixado um legado com resultados onde nos pudéssemos focar dizer que sim senhor, o partido até cresceu enquanto ele foi presidente da distrital, e por isso vamos acreditar que pode voltar a fazê-lo. Porém, sabemos todos que não é assim. O agora nomeado delegado distrital, é filho de um vice-presidente de José Gama, o sangue que lhe corre nas veias, não é sangue é sumo de laranja, olha-se para ele e percebe-se que é laranja por dentro (e não estou a falar do cabelo). Mas toda a gente percebe facilmente o que eu estou a dizer, porque ninguém defendeu mais o PSD em Mirandela do que o próprio Nuno Sousa, e eu até entendo porquê, como entendo a razão de terem elegido outra vez um PSD para presidente de Concelhia. 

 

O que honestamente eu não entendo, é como é que a CPN vai no engodo outra vez, é como é que é possível o CDS estar outra vez a cair no mesmo erro de se deixar contaminar por elementos estranhos ao partido, embora façam questão de se mostrar muito empenhados em fazer do CDS o grande partido que já foi, a sua única ambição neste momento é que o CDS fique como está, não cresça, não reabra estruturas que se perderam por inércia de uns e outros. 

Para terminar e como declaração de interesses, tenho de dizer umas coisas simples. Esta publicação nada tem de pessoal contra ninguém, nem da direção Nacional, nem muito menos de Mirandela, pese embora o facto de continuar a ter gente na concelhia que mais não faz do que tentar manipular a estrutura em defesa dos seus próprios interesses, e por isso enquanto o “estado da arte” for este, o partido não pode contar comigo, porque não me revejo nas posições tomadas pela Comissão Política Nacional, que em vez de forçar eleições, nomeia delegados distritais, e não faço por uma questão de coerência, no passado recente critiquei outra direção do partido por ter feito o mesmo, e a minha opinião não mudou em nada. 

 

Junto ficam fotos do site do partido onde se prova que metade do distrito de Bragança não existe.

 

Rui Alexandre Moreira

25 de Novembro de 2022.

 

P.S. Não defendi hoje que o 25 de Novembro devia ser feriado, porque ando a fazer o mesmo há anos, e só agora é que se lembraram.

 

 













domingo, 9 de outubro de 2022

CDS a quanto obrigas.

 CDS a quanto obrigas. 


 Já uma vez escrevi sobre isto, precisamente com o mesmo título salvo erro, mas como já foi há algum tempo, já ninguém se lembra, e portanto.... cá vamos nós outra vez, em estrangeiro “ There we go again”. Sim, eu falo duas línguas, mas sobre isso falamos mais tarde. 

 

Aquando do penúltimo congresso, fui vilmente atacado, ostracizado, insultado, e tentaram assassinar o meu carácter, o mesmo carácter com que sempre enfrentei os desafios da minha vida, por gente que não merece o ar que respira. Sobrevivi como sempre ao longo destes quase 52 anos de vida, com a mesma dignidade, a mesma força de fazer da Democracia Cristã uma referência, coisa que muitos dentro do próprio CDS, não sabem o que é. 

 

Por isso, hoje, volvidos quase 6 meses da eleição de Nuno Melo, e para aqueles que não acreditaram que havia alternativas, ficam as perguntas que se impõem:

“... estão felizes? Era este CDS que queriam, o CDS dos pequeninos? Era um CDS que de feira em feira, não descola nas sondagens e todos percebemos porquê? Foi neste CDS que Nuno Melo prometeu deixar o sangue e as lágrimas? Ou este é o CDS que interessa a uns e outro, mas nunca aos Portugueses que acreditaram em nós durante anos a fio?” 

 

Sei bem que ninguém me vai responder, mas fica o alerta. Conforme prometido, dias depois da eleição de Nuno Melo e antes do congresso estatutário, foi enviado à direção do CDS um email, do qual nunca tive resposta como seria de esperar, porque o “modus operandi” da secretaria geral volta a ser o do costume, e portanto, nada a dizer, já não aguardo resposta. Mas também sei que não farei nunca o que fez por exemplo, Miguel Mattos Chaves, que depois de anos a lutar contra moinhos de vento, lá partiu em busca da Dulcineia dos seus sonhos, espero que seja muito feliz, ele e todos os que seguirem o caminho dos moinhos de ventos, porque o CDS precisa de todos, não precisa é de avençados que passam dias no Caldas a coçar os tomates, em vez de se emprenharem em fazer algo pelo partido que lhes paga, com dinheiro ... bem é melhor não falarmos de dinheiro, pagarei as minhas quotas em Janeiro, quando forem devidas, embora considere como muitos, que o trabalho que já demos ao partido, não tem preço, mas sim, nunca me esquivo as minhas responsabilidades e por isso, fá-lo-ei a seu devido tempo.  Uma palavra aos que saem desiludidos com o rumo que a direção escolheu. Porque é que não saíram antes? Por acaso, o rumo era diferente? As opções eram assim tão dispares que justifique agora, uma debandada, ou outra debandada de gente que se calhar nunca foi CDS, o que devo dizer, não é caso do citado Mattos Chaves. Ele tem amnésia ou é o Alzeimer... mas sentava-se ao meu lado em Conselhos Nacionais, deve ter-se lembrado disso, quando da sua desfiliação foi a um dos grupos ver o que eu tinha escrito, e por isso.... eu sei do que falo, mas percebo que a convivência com clãs austeros o tenha atirado para a profundeza das incongruências do CDS, citando Paulo Portas, para depois não virem dizer, “.... ah e tal, quem falava de incongruências era o Paulo Portas...” era sim senhor, mas não é exclusivo de ninguém.

 

Por fim, um recado ao senhor presidente do CDS. 

Meu caro Nuno Melo, já é mau ter ido buscar um SG que mais não fez do que atirar-nos para o fundo do poço, ir buscar um adjunto do SG que se prestou ao mesmo serviço e reeditar uma secretaria geral que lembra os piores anos do CDS, é atirar aos olhos dos filiados no partido areia com sal, porém há gente que não desiste, eu não desisto, e não deixarei que aqueles que acreditam em mim desistam de um partido que foi durante 47 anos o garante da democracia Nacional, o pilar fundamental de uma doutrina Democrata Cristã que já mais deixaremos morrer. Por isso fica aqui o meu desafio, refaça o CDS por dentro. Para bom entendedor meia palavra basta.

 

Disse sempre que de mim o CDS teria sempre aquilo fosse necessário, porém, não me excluiria o direito de manter aquilo que sempre disse, defendo a direção e o seu presidente, quando merecem ser defendidos, criticarei sempre que tiverem de ser criticados, quer a direção quer o seu presidente, como aliás sempre fiz, e por isso agora, como sempre disse, não será diferente, até porque se trata da sobrevivência de quase 50 anos de história da democracia Nacional.

 

Por fim, uma palavra aos que atentaram contra o meu caracter. Nunca andei à procura de tachos no partido, e desafio qualquer um apresentar provas do contrário, nunca em caso algum ganhei um cêntimo à custa do CDS, e desafio qualquer um a provar o contrário, nunca em caso algum, usei os cargos ou o nome do partido em proveito próprio e desafio qualquer um a provar o contrário. Outros haverá quem não o podem fazer por manifesta força de razão.

 

9 de Outubro de 2022.

Rui Alexandre Moreira. 

 


quarta-feira, 13 de julho de 2022

Uma vergonha nunca vem só !!

 Uma vergonha nunca vem só!!


 

Eu disse que voltava a falar do CDS, assim que se justificasse, e a menos que eu tenha percebido mal, a campanha de “recolha de fundos” do partido, não é só vergonhosa, é deprimente, é surreal, é desajustada e acima de tudo, é humilhante para quem durante décadas, tem o CDS como o seu partido. 

 

É humilhante para quem durante os últimos anos, defendeu o partido como sendo o garante da democracia em Portugal, é humilhante ver destacados dirigentes do partido ou ex-dirigentes, como se estivessem a pedir para obra de caridade qualquer, aparecendo do nado e vindo a tudo. 

 

É mais humilhante ainda, quando alguns desses dirigentes, uns em funções outros não, aparecem a fazer comentários do tipo “ ...eu já dei o meu contributo”, quando todos sabemos que pagaram as cotas porque parecia mal, e porque querem ir ao congresso mostrar a fatiota nova. Eramos um partido de pedantes, agora somos um partido de pedantes pedintes !!! 

 

É humilhante o pedantismo a que alguns, que eu mês escuso de nomear, aparecem a fazer figuras de bem feitores, quando andaram anos a extorquir o CDS, a servirem-se do CDS em vez de servirem o CDS. 

 

É humilhante perceber que muita coisa não foi feita no passado recente, porque houve contas por saldar em campanhas anteriores, com responsáveis que estão hoje em funções.

 

É por causa desta humilhação permanente, que o partido bateu no fundo. Não sei quem é o responsável pela campanha, mas se trabalhasse pra mim, era o seu último dia hoje .

 

R.A.M.  13 de Julho de 2022 

quinta-feira, 16 de junho de 2022

A história da marmita

Durante muito tempo... habituei-me a ver marmitas lá em casa que  eram sobretudo usadas por meu pai, quando ia à caça, naquela altura caçava-se todos os dias, e então todos os dias ou quase, havia uma marmita com tudo o que de melhor havia em casa, para o senhor meu pai, sair com os amigos e ir caçar. 

Mais tarde, comecei a olhar pela janela e via o Fernando Mosca, descer a rua com a marmita que levava aos pais dele, que tinham uma banca de fruta e legumes na praça do mercado, nunca perguntei ao mosca, o que levava na marmita, era falta de educação dizia a minha avó... essas coisas o menino apreende mais tarde. E mais tarde, anos mais tarde, percebia que os ferroviários que moravam mais acima, desciam a rua todos os dias carregados de casacos e botas, mas aposto que o que pesava menos, era mesmo a marmita. Era a marmita e o cantil, cheio da água da torneira, ao contrário dos de lá de casa que só viam água quando era preciso lavá-los... adiante!! 

Hoje lembrei-me da história das marmitas, porque há uns anos atrás, tivemos um episódio de má memória, quando algum jornalista sem ter o que fazer, se lembrou que o restaurante da Assembleia da Républica, pago por todos nós, servia aos excentricíssimos senhores deputados refeições consideradas “gourmet” por uma quantia irrisória, que honestamente já não me recordo do valor, mas rondaria uma soma ridícula mesmo com vinho. Obviamente, eu não esperava que os deputados da Nação, fossem carregados com as suas próprias marmitas de casa, mas muitos deles vão à caça, sabem o bem que lhes sabe, estar no monte e saborear um naco de presunto com pão caseiro, e portanto a relação que eu faço neste momento, é a de que se ao fim de semana podem, porque é que durante a semana temos de ser nós a pagar o tal almoço xpto que eles devoram todos os dias no restaurante da AR, porque Deus nos acuda se chama-mos cantina, à cantina da AR ... 

Na verdade, o que eu vos queira dizer hoje, é que os políticos que temos alimentam-se todos muito bem, porque quem lhes enche a marmita somos nós. Enquanto continuarmos a ser coniventes, com os desperdício de dinheiros públicos, enchendo marmitas, vamos ter uma marmita cada vez mais leve, como a daqueles senhores que desciam a minha rua há muitos anos atrás, de madrugada para irem trabalhar nos carris do comboio, ou a marmita do mosca que ainda hoje, não sei o que levava dentro, porque pronto essas coisas não se perguntam... Como não se pergunta, quanto custa o almoço na cantina da AR, porque mesmo sendo nós a pagar... Há coisas que não se perguntam. 


domingo, 1 de maio de 2022

Um Ferrari com o motor de um Fiat 500


 Eis então, o novo CDS!!

 

Como devem estar lembrados, disse antes do último congresso, aquilo que durante os últimos 20 anos tenho dito, sobre os presidentes que vão passando, e o partido foi ficando, estarei sempre e acima de tudo, do lado de quem quiser fazer do CDS um partido em quem as pessoas acreditam, só de ouvir o nome, é esse partido que eu quero ver surgir das cinzas, em muito pouco tempo. 

 

Para tal é preciso que se cumpram alguns requisitos fundamentais, que por maioria de razão não foram reunidos pelas direções anteriores, desde há muito tempo a esta parte.

 

Por isso, se no passado recente criticamos uma direção acéfala, cheia de vícios, malformada e sem respeito nenhum pelas bases, não posso agora simplesmente porque a direção mudou, fazer de conta que está tudo bem, quando reptem os erros do passado recente, ou se quiserem, do passado de há quase 20 anos atrás, não tão recente, mas que esteve na essência da derrocada do CDS. Depois de 2 anos de autêntico terrorismo politico, com o qual eu e milhares de filiados, tivemos de conviver enquanto alguns que agora aprecem, cheios de propriedade a dizer de sua justiça e com o peito inchado, tipo galos de Barcelos no poleiro a dizerem coisas do género “ ...agora desculpem lá, mas vamos—nos vingar

 

O CDS pode não ser um partido grande, mas é um partido de pessoas grandes, que sempre deram o seu melhor, muitas vezes sem darem a cara, mas estavam lá, aplicaram a sua força, a sua sabedoria , o seu talento, mas acima de tudo, a sua dedicação a uma causa que deveria ser de todos, a causa do serviço público que muitas vezes é largado de forma desprezível. Fazer serviço público, não é acordar de manhã, vestir uma fatinho italiano e uma gravata de seda, com uns botões de punho bem polidos, e enfiar-se numa sala com ar condicionado e desinfestado por causa das viroses, mas também não pode ser, uma copia barata de um programa que já serviu, não serve mais porque está gasto e fora de uso. Mas acima de tudo, fazer serviço público na política, é estar onde é preciso estar naquele momento. Há um episódio nas legislativas de 2019, que é exemplo disso, o CDS não elegeu um deputado por Bragança e seguramente tudo teria sido muito diferente, se porventura, tivessem ido onde não foram, por razões que agora não me apetece falar, e o Nuno De Lima Mayer Moreira, que recordo com saudade, sabia disso muito bem. Mas é passado, e do passado já sabemos que não vem nada mais. Falemos, portanto, do futuro próximo.  A verdade é que há muito por fazer no CDS, muito caminho das pedras por trilhar, e por muito que nos custe, há seguramente caminhos que não queremos voltar a trilhar, caminhos que não nos levaram a lugar nenhum no passado recente nem o farão no futuro próximo, e, portanto, o tão apregoado “tempo de construir” só fará sentido a partir do momento, em que houver um sinal da nova CPN, de que é com a união entre os vários sectores do partido que se começará um novo ciclo de restruturação do CDS.

 

Lembro-me antes do congresso que não aconteceu em Novembro, de ouvir o actual presidente da CPN, dizer que a união se fazia desde logo, extinguindo as correntes de opinião dentro do CDS, não podia estar mais de acordo, disse-o na altura e digo hoje, como disse a quando da sua criação que aliás votei contra em CN, ao lado de alguns que durante os tempos, mudaram de opinião e são hoje, os porta estandartes das pseudo correntes de opinião, que mais não servem , se não para dar palco, a meia dúzia de supostos políticos com sede protagonismo, sem que para tal tenham feito ou sequer dito, a não ser criticar quem em sede própria, tudo fez para defender o partido, e portanto é de toda a justiça para quem sofreu na pele, os ataques consecutivos destes perseguidores de moinhos de ventos, que agora e na logica de um novo ciclo que se abre e depois de percebermos para que servem e a quem servem, se tome uma decisão definitiva sobre os movimentos e correntes de opinião dentro do CDS. 

 

Porém, não é só de tendências ou correntes de opinião que Nuno Melo tem de se livrar, a bem de todos nós. Há dentro do Caldas uma casta de “funcionários” que não funcionam há muito tempo. O CDS parece um Ferrari com o motor de um Fiat 500, ou de uma 4L se quiserem, e por isso é preciso reparar o motor, limpar as câmaras de combustão, polir os pistões, retificar a cabeça e mudar as juntas, tapar as fugas de óleo e devolver ao Ferrari o seu próprio motor, tirem de lá o motor do Fiat 500,  e devolvam ao CDS o seu próprio motor. Aqueles que em 47 anos, não deixaram que este descalabro acontecesse, muitos deles não recebendo em troca absolutamente nada, nem um obrigado, que as vezes fica bem, nunca esperei mais que isso, ao contrário de uns e outros. 

 

Não fosse bastante, há ainda um outro problema com o qual a nova CPN terá de lidar num futuro muito próximo, e tem mesmo a ver com aquilo que durante anos, temos vindo a assistir que é uma alaranjar do próprio CDS, com a inclusão estratégica de vários agentes do PSD, que se infiltram nas estruturas locais, concelhias e distritais e sabemos todos quem são e onde estão e o que estão lá a fazer, e que em Português simples e prático é preciso correr com eles, é preciso correr com eles e explicar porque é que o fazemos, para não deixar dúvidas nas cabeças mais retrogradas, porque só devolvendo o CDS aos democrata Cristãos, é que podemos começar a recuperar a confiança que milhares de Portugueses depositaram em nós durante 47 anos. 

 

Volto a repetir-me vezes sem conta, darei o meu contributo, se acharem que precisam dele, pagarei as cotas devidas e aprovadas em CN, embora me pareça que em termos práticos pode ser mais uma dor de cabeça, porque vai seguramente haver a manipulação dos meios, como acontece quando se quer acomodar alguém que precisamos de levar a um congresso porque sim, e então as cotas lá aparecem pagas não importa como. No fundo chama-se “ mais do mesmo”. Recomenda-se cautela e caldos de galinha, porque todo o cuidado é pouco. 

 

Uma última palavra sobre as contas do partido. Sabemos todos que a situação financeira não é famosa, mas já não era famosa quando “importamos” Paulo Portas da JSD para o CDS, para quem cá anda desde antes disso, não é novidade nenhuma, portanto se quiserem atribuir culpas a alguém terá de ser muito lá para trás, e por isso acho de muito mau tom, estar agora com esse juízo de valor ou falta de valores que é o que acontece de facto, faltam os valores para financiar o partido de forma eficiente, razão mais que suficiente para não nos pormos a jeito. Isto é. Consta que o partido comprou 4 viaturas, não sei se comprou ou não, mas o que me parece que aconteceu ou deveria ter acontecido, foi que os contratos com as viaturas anteriores terminou e foi a própria locadora que resolveu entregar viaturas novas, mantendo assim os contratos em vigor, é o que normalmente acontece. O que também acontece, é que em tempos de crise, se calhar 4 viaturas são demais e podemos resolver o problema com 2, e evitamos uma série de mal entendidos que podem vir a acontecer. Ainda assim, este e outros contratos só são possíveis, graças a um património imobiliário, que serve de garantia aos mesmos e pode ser útil noutras circunstâncias, não devendo por isso ser alienado por vontade de alguns negociantes da banha da cobra que gravitam pelo Caldas, sendo que o património é o garante da nosso existência e se confunde com a nossa própria identidade. 

 

R.A.M.

1 de Maio de 2022.